domingo, 20 de julho de 2014

12 Anos de Escravidão (12 Years a Slave) - 2013

03/03/2014
Nota: 8.5 / 8.3 (IMDB)
Formato: HD

Direção: Steve McQueen
Roteiro: John Ridley
Elenco: Chiwetel Ejiofor (Solomon Northup), Michael Fassbender (Edwin Epps), Lupita Nyong'o (Patsey), Sarah Paulson (Mary Epps), Benedict Cumberbatch (William Ford), Brad Pitt (Samuel Bass), Paul Dano (John Tibeats), Adepero Oduye (Eliza), Paul Giamatti (Theophilus Freeman), Garret Dillahunt (Armsby), Scoot McNairy (Brown), Taran Killam (Hamilton), Chris Chalk (Clemens Ray), Michael K. Williams (Robert), Kelsey Scott (Anne Northup), Alfre Woodard (Harriet Shaw), Quvenzhané Wallis (Margaret Northup), Devyn A. Tyler (Adulta Margaret Northup), Cameron Zeigler (Alonzo Northup), Rob Steinberg (Parker), Jay Huguley (Xerife Villiere), Christopher Berry (James Burch), Bryan Batt (Juiz Turner), Bill Camp (Radburn), Dwight Henry (Uncle Abram), Ruth Negga (Celeste)

Crítica:
Escravidão é a prova de que o ser humano, apesar de racional, é um animal como outro qualquer, chegando ao ponto da racionalidade ser utilizada irracionalmente. Existe e existiram algumas pessoas que exemplificam o quão o ser humano pode fazer crueldades com seus semelhantes. Podemos ver isso todos os dias nos noticiários, mas há alguns historicamente conhecidos no mundo inteiro, como Hitler, que comandou uma das maiores atrocidades que o mundo já viu.

A escravidão é uma situação que assombra a humanidade desde as épocas mais antigas. Praticamente em todos os continentes e diferentes povos. No início, escravos eram prisioneiros de guerra e os pobres. Na modernidade passou a ser racista com a escravidão dos negros, principalmente após o descobrimento do novo mundo pelos europeus. Nos séculos XIX e XX os negros foram torturados e forçados a trabalhar por toda a vida, que normalmente não passava de 50 anos.


Não podemos comparar e julgar o sofrimento de quem passou por esse tipo de atrocidade, mas fala-se muito dos judeus e se esquecem dos escravos, pois a segunda grande guerra teve um impacto em proporções mundial em tempo curto. Os judeus sofreram nas mãos de Hitler e de seu exército doutrinado com situações inconcebíveis ao longo de 6 anos. Não temos como saber qual é o nível de sofrimento de cada um dos milhares que morreram e dos que sobreviveram aos campos de concentração. Já os escravos sofreram por séculos, e não era apenas um homem a doutrinar um país para acreditar que era uma raça superior, eram várias nações que se achavam superior. Escravizar o negro era o correto, não existia outra forma de tratá-los. Os escravos sofriam abusos, torturas e todo tipo de humilhação durante toda a vida, dia após dia, geração após geração. Alguns preferiam morrer a ter de viver daquela forma.

E mesmo com o fim formal da escravidão, os negros ainda continuaram sofrendo, pois nenhum dos países escravagistas se preparou para dar suporte aos ex-escravos, simplesmente a partir de uma data, os escravos se tornaram livres, mas sem dinheiro, sem moradia, sem estrutura alguma, assim tiveram que se submeterem quase as mesmas condições de quando escravos. Até recentemente, nas décadas de 50 e 60, ainda havia a segregação racial, onde os negros só poderiam frequentar lugares reservados. O pior é que ainda hoje, século XXI, os negros não estão totalmente livres da discriminação. Exemplo disso está em partidas de futebol onde jogadores são chamados de macaco.


Essa introdução é para mostrar a importância história que o filme 12 Anos de Escravidão tem para as gerações futuras. O filme conta a história Solomon Northup, baseado em sua autobiografia. Northup era um negro livre, tinha família, emprego e vivia uma vida normal, dentro da realidade da época, mas em 1841 foi sequestrado e vendido como escravo. A partir daí, passamos a acompanhar a saga da escravidão pelos olhos de Solomon.

Todas as fases da escravidão são detalhadamente mostras, primeiro como acontecia a compra e venda dos escravos. A forma como eram tratados com se fossem coisa, mães são separadas dos filhos. Assim, Northup é vendido para um bom dono de plantações, William Ford, que o trata razoavelmente bem, por isso conseguia realizar seu trabalho com tranquilidade e inteligência, aos poucos foi conquistando seu dono, mas atritos com seu feitor, acabam em briga, e ele é vendido para um dos piores donos de escravo da região. Foi trabalhar na colheita de algodão. Edwin Epps, seu novo patrão, castigava todos os escravos que não atingissem um meta de quilos de algodão por dia.


Patsey era a escrava que mais conseguia colher algodões diariamente, por isso era a predileta de Epps, mas essa preferência era convertida em várias noites de estupros. Uma das cenas mais forte é a sequência de chibatadas que  Patsey leva por ter saído da propriedade para buscar sabonete.

Por fim, Northup consegue ajuda de um branco para avisar à sua família e mandar sua documentação de liberdade.


Em rápidas palavras resumi o filme que na verdade é bastante detalhado, talvez seja o mais próximo que podemos chegar e perceber o sofrimento dos escravos. A retratação da época e as atuações são impecáveis, Lupita Nyong'o, que faz Patsey, fez um trabalha perfeito. Em seus olhos, conseguimos ver o desespero, a vontade de sair dessa vida. Oscar merecido. O realismo das feridas provocadas pelas chibatadas são cenas fortes que fazem virar o rosto. Semelhante realismo pode ser visto em A Paixão de Cristo (The Passion of the Christ) - 2004.

Ao analisarmos o roteiro e outros aspectos, perceberemos que o filme é comum, que talvez não merecesse ganhar o Oscar de melhor filme, mas essa história deve ser sempre lembrada, todos devem assistir para perceber o quão bizarro é a escravidão e qualquer tipo de discriminação. Deve ser lembrado para nunca mais ser repetido.

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