segunda-feira, 26 de maio de 2014

Blue Jasmine - 2013

28/02/2014
Nota: 7.0 / 7.4 (IMDB)
Formato: HD

Direção: Woody Allen
Roteiro: Woody Allen
Elenco: Cate Blanchett (Jeanette "Jasmine" Francis), Alec Baldwin (Harold "Hal" Francis), Bobby Cannavale (Chili, o noivo de Ginger), Louis C.K. (Al, amante de Ginger), Andrew Dice Clay (Augie, ex-marido de Ginger), Sally Hawkins (Ginger, irmã de Jasmine), Peter Sarsgaard (Dwight Westlake, diplomata), Michael Stuhlbarg (Dr. Flicker6), Tammy Blanchard (Jane), Max Casella (Eddie), Alden Ehrenreich (Danny Francis, filho de Hal)

Crítica:
Engraçado em Woody Allen é o jeito que ele impõe em seus filmes. Mesmo com histórias distintas, roteiros diversificados, sabemos que se trata de um filme dele já nos primeiros minutos de projeção, tamanha são as características de sua filmografia: mulheres; cenas cômicas e trágicas; neuroses. Além da coloração sépia da fotografia.

Blue Jasmine procura mostrar as consequências, de forma isolada, da quebra dos bancos em 2008 devido às especulações financeiras relacionadas, principalmente, à área imobiliária. Mas esse é apenas o pano de fundo, o que mais se destaca é mostrar como o capitalismo afeta o ser humano. O dinheiro modifica a personalidade de pessoas despreparadas, perdem o senso comum e se transformam em pessoas fúteis, ficam sem noção dos valores humanos, se acham melhor do que os outros apenas por poder comprar bens materiais caros, participar de festas e frequentar lugares para  ricos.


A história do filme faca em Jasmine, interpretada de forma perfeita por Cate Blanchett. Jasmine é a típica madame, casada com um investidor milionário, que passa a frequentar tudo de melhor na cidade, compras, festas e viagens pelo mundo. Isso é mostrado aos poucos nos flashbacks, pois o início introduz uma mulher psicologicamente abalada após perder todo o seu patrimônio.

Sem dinheiro, vai à procura da irmã, que mora em San Francisco, para tentar reerguer sua vida. Logo ao se encontrarem percebemos que sua depressão a deixa completamente fora da realidade. Ao ser questionada pela irmã, porque viajou na primeira classe sem ter dinheiro, ela simplesmente diz que não conseguiu não comprar a passagem para primeira classe. Assim, percebemos claramente que Jasmine está totalmente fora de si, ainda vivendo seu sonho de princesa, e aparentemente, isso é normal para ela, não conseguindo ter consciência o suficiente para saber que estava errada, para ela aquilo é o correto.

Entre fleches do passado e o presente, vamos descobrindo porque Jasmine perdeu tudo, como ela trata as pessoas e se comportava enquanto rica. No presente todas as suas tentativas para ter uma vida normal são falhas. Não consegue trabalhar, pois todos os serviços não estão no seu patamar. Recrimina a irmã por ter relacionamentos com pessoas mais simples e sem dinheiro.


Quando Jasmine conhece um empresário, e tudo parece voltar ao normal, pois passa a frequentar novamente a alta sociedade e ter dinheiro para sustentar sua luxúria, sua vida desmorona novamente.

Por fim, percebemos que Jasmine é um caso perdido, pois seus valores e alienação a transformaram em uma pessoa inútil e tudo será um ciclo vicioso até sua vida chegar ao fim.

O filme tem uma crítica importantíssima, pois existem várias pessoas com essa característica ao nosso redor. Pessoas que podem ser descartadas, que vem e não acrescentam em nada para humanidade, sua contribuição é zero. Se esse tipo de pessoas não existissem, com certeza estaríamos mais evoluídos em todos os sentidos.

Gosto de filmes que trazem a realidade humana, pois nos faz refletir e tirar lições para nossas vidas. É a ficção nos mostrando a realidade.

quinta-feira, 22 de maio de 2014

Truque de Mestre (Now You See Me) - 2013

26/02/2014
Nota: 7.0 / 6.7 (IMDB)
Formato: HD

Direção: Louis Leterrier
Roteiro: Ed Solomon, Boaz Yakin, Edward Ricourt
Elenco: Jesse Eisenberg (J. Daniel Atlas), Mark Ruffalo (Dylan Hobbs), Woody Harrelson (Merritt McKinley), Isla Fisher (Henley Reeves), Dave Franco (Jack Wilder), Mélanie Laurent (Alma Dray), Morgan Freeman (Thaddeus Bradley), Michael Caine (Arthur Tressler), Michael Kelly (Agente Fuller), Common (Agent Evans), José Garcia (Étienne Forcier)

Crítica:
Mágica e ilusionismo é um tema bastante explorado no cinema, causa atração dos espectadores independente da história a ser contada. Recentemente tivemos dois bons filmes sobre o tema: O Grande Truque (The Prestige) - 2006 e O Ilusionista (The Illusionist) - 2006.

[SPOILERS...] Em Truque de Mestre a magia e ilusionismo são elevados em grandes proporções, tudo é grandioso, não existe mágica simples. O filme inicia nos apresentando aos mágicos que farão parte dos Quatro Cavaleiros. Cada um dos mágicos tem uma especialidade:  J. Daniel Atlas, interpretado por Jesse Eisenberg, é um ilusionista e líder do grupo; Merritt McKinley, interpretado por Woody Harrelson, é um mentalista, hipnotiza as pessoas instantaneamente; Henley Reeves é uma escapista, interpretada por Isla Fisher; e  Jack Wilder, outro ilusionista interpretado por Dave Franco.

Eles são reunidos a partir de cartas misteriosas, recebidas com um codinome e um endereço, fazendo com que eles se encontrem no mesmo local, assim surge os Quatro Cavaleiros. Com isso, somos lavados para a primeira apresentação espetaculosa do grupo, onde são observados por Thaddeus Bradley, interpretado por Morgan Freeman, que faz um ex-mágico especialista em revelar os segredos por trás de outros truques mágicos, semelhante ao famoso Mister M. Nessa apresentação os mágicos prometem roubar um banco qualquer do mundo, que é escolhido a partir da conta bancária de algum dos espectadores. Tudo é muito bem ensaiado e sincronizado, ao fim, todo o dinheiro do banco cai sobre a platéia.


O roubo chama a atenção do FBI, que coloca o agente Dylan Hobbs, interpretado por Mark Ruffalo, para investigar e perseguir os Quatro Cavaleiros.

A história segue com os mágicos realizando suas apresentações, e Hobbs tentando prever qual será o próximo passo deles, juntamente com a agente da Interpol Alma Dray, interpretado por Mélanie Laurent. As dificuldades de Hobbs está em identificar quem é o quinto elemento do grupo. Bradley propõe ajuda, revelando como possivelmente os truques são realizados, mas Hobbs se encontra em uma posição difícil, pois não pode confiar em ninguém. Passa desconfiar até de sua parceira Dray. No fim, o quinto elemento é revelado, na "surpreendente" reviravolta do filme. [FIM SPOILERS


O principal erro do filme é tentar ser grandioso demais em seus ilusionismos. Muitos dos truques não são plausíveis de acreditar e muito menos possíveis de serem realizados na vida real. Isso tira um pouco da credibilidade da história.

O roteiro também peca, não há desenvolvimento dos personagens, eles são mágicos, se juntam, fazem os shows e pronto. Não sabemos nada deles, porque são mágicos, o passado de cada um, e até porque resolveram se juntar, pois eles se encontram e forma o grupo, sem muitas explicações de porque aceitaram.


As atuações são boas, Jesse Eisenberg com sua fala rápida é perfeito para o personagem e as apresentações de ilusionismos. Woody Harrelson está bem, mas não precisa mostrar o seu melhor. Os outros dois tem um destaque menor com atuações normais. Morgan Freeman é subutilizado, um ator com seu talento te participação mínima, desperdício. Mark Ruffalo tem atuação pífia, talvez o roteiro o atrapalhou, mas o agente do FBI que parecer ser bobo e idiota, caindo em armadilhas previsíveis, que qualquer leigo saberia prever.

Por fim, Truque de Mestre é divertido e nada mais. Um segundo filme pode melhorar o primeiro, mas duvido que as pontas soltas do primeiro filme serão totalmente cobertas por um segundo, mesmo porque, assim, o segundo ficaria com uma história furada, se prendendo totalmente ao primeiro filme.