quinta-feira, 13 de junho de 2019

Breaking Bad: A Química do Mal (Breaking Bad) - 2008/2013

22/02/2015 à 08/06/2015
Nota: 9.5 / 9.5 (IMDB)
Formato: Netflix

Direção: Michelle MacLaren, Michael Slovis
Roteiro: Vince Gilligan, Patty Lin, George Mastras, Peter Gould
Elenco: Bryan Cranston (Walter White), Anna Gunn (Skyler White), Aaron Paul (Jesse Pinkman), Dean Norris (Hank Schrader), Betsy Brandt (Marie Schrader), RJ Mitte (Walter White Junior), Bob Odenkirk (Saul Goodman), Giancarlo Esposito (Gustavo "Gus" Fring), Jonathan Banks (Mike Ehrmantraut), Laura Fraser (Lydia Rodarte-Quayle), Jesse Plemons (Todd Alquist)

Crítica:
Antes de iniciar meus comentários e críticas sobre Breaking Bad, veja minha opinião sobre alguns conceitos básicos dos programas televisivos que estão transformando nossas casas em cinema: Diferenças entre Seriado, Minissérie e Série

Breaking Bad é uma série televisiva exibida pelo canal AMC. Teve início em 2008 e término em 2013, sendo considerada com 5 temporadas, mas última é dividida em 8 episódios exibidos em 2012 e mais 8 em 2013. O gênero classificado é drama, mas drama passou a ser um gênero muito amplo, por isso, Breaking Bad vai muito além de qualquer classificação. Tem humor negro, tragédia, comédia etc. Além de críticas ao consumismo, capitalismo, à sociedade estadunidense, e principalmente a briga psicológica que muitas vezes vivemos: "o mal pelo bem". Até onde podemos fazer o mal para proporcionar o bem, seja ele para a minoria ou para maioria. Então, podemos fazer o mal?

A premissa da história de Breaking Bad é bastante simples. Walter White é um professor de química do colegial, e ainda trabalha num lava jato para completar a renda da família. Casado com a linda Skyler, que está grávida de seu segundo filho. O primeiro filho, Walter Jr., está com 16 anos e tem problemas para falar e andar, pois teve uma paralisia cerebral. Levam uma vida normal até que White é diagnosticado com câncer no pulmão em estágio avançado. Quando o médico lhe diz que terá poucos meses de vida, sua principal preocupação se volta para a família, pois será preciso bastante dinheiro com seu tratamento sem a certeza de sobreviver. Prevendo  sua morte, Skyler e seus filhos ficariam com um futuro incerto.

Então White tem uma ótima ideia ao acompanhar seu cunhado, o agente Hank Schrader, em uma operação da DEA (Polícia especializada em narcóticos). Walter vê seu ex-aluno, Jesse Pinkman, fugindo do laboratório clandestino de metanfetamina estourado pela DEA, e percebe que pode ganhar bastante dinheiro fabricando essa droga sintética. Para lhe ajudar, procura Jesse, que tem conhecimento e prática no tráfico de drogas. Assim, Walter e Jesse iniciam uma parceria que transformará a vida de todos os envolvidos.

Esse tipo de série é preciso assistir todos os episódios antes de fazer qualquer comentário. O roteiro é o ponto mais forte de Breaking Bad, graças a Vince Gilligan e os roteiristas, que pensaram em tudo, cada dúvida e pista plantada tem alguma explicação, não há furos. Sem cenas cinematográficas com os conhecidos clichês, sem cenas descartáveis. Cada frase é bem trabalhada, os diálogos são diretos, não há episódios para enrolar o espectador.

Não quiseram inserir um vilão e fazem Walter White lidar consigo mesmo, ele tem conflitos internos com o caminho que escolheu.  Por isso, a transformação do personagem é sensacional. Esse é o grande mérito de Bryan Cranston, sua interpretação precisou mudar ao longo dos episódios, a mudança é gradativa, e só percebemos de verdade quando comparamos o Walter da primeira temporada com o da última, parecem pessoas completamente diferentes. Ele se transforma em um gênio do crime.

"Não importa o que vocês façam, ele sempre estará um passo a frente. Nunca serão tão inteligentes, calculistas ou sortudos como ele!" - Jesse Pinkman.

O episódio "Say My Name" é um ponto alto e  um marco para  Walt assumir sua transformação. Mas todas as personagens são muito bem trabalhadas, vão amadurecendo junto com a história, cada um com sua personalidade. Nenhum dos atores deixa a desejar, todos têm atuações impecáveis, mesmo os que aparecem em parte da história.

Além do roteiro e as interpretações, temos mais um ponto forte, é o estilo diferente de ângulos de filmagens, o trabalho com a câmera foi bastante valorizado, várias cenas em primeiras pessoas, visões internar, de dentro pra fora dos ambientes, ângulos difíceis de imaginar que tem uma câmera naquela posição.

Breaking Bad é foi um fenômeno não por acaso, pelos comentários podem perceber que o trabalho foi impecável, tudo muito bem cuidado para não deixá-la se transformar em só mais uma série. Ficará pra sempre, já é um clássico da TV.

[SPOILERS]

Primeira Temporada

A primeira temporada nos mostra o potencial de Walter como químico, pois logo nas primeiras produções da droga ele consegue uma porcentagem incrível de pureza. Em princípio Walter diz que quer dar estabilidade financeira à sua esposa, filhos e para pagar seu tratamento. Skyler insiste em dar o melhor tratamento para Walter, mesmo sem ter dinheiro, procura amigos e outras formas de ajuda. Ao iniciarem a venda da metanfetamina, vem os problemas com o traficante local. Tudo é resolvido de forma bombástica, desse encontro surge seu alter ego: Heisenberg.

É importante perceber a atuação dos atores e o trabalho que é feito para cada personagem nesse início. O Walter White de Bryan Cranston tem cara de "nerd", extremamente correto e exemplo como pai e para as pessoas. Aquele tipo de ser humano que nunca conseguiriam fazer algo de ruim ou algum mal à outra pessoa. Jesse Pinkman, interpretado por Aaron Paul, é o verdadeiro "drogadinho" inconsequente, faz tudo para conseguir mais grana, pra fazer mais farra e se drogar. Skyler de Anna Gunn é a mãe protetora do lar, mulher excepcional, que está com medo de seu marino morrer e ficar sozinha com seus filhos. Dean Norris como Hank Schrader ainda não tem participação importante, mas percebemos que nas próximas temporadas ele será crucial, pois é o policial responsável por investigar Heisenberg. Betsy Brandt como Marie Schrader, a irmã de Skyler e esposa cleptomaníaca de Hank. Marie ainda não mostra a que veio, apenas está ali para os desabafos de Skyler, ela será a pessoa que vai "pentelhar" a vida de todos.

Segunda Temporada
A segunda temporada mostra que Walter continua seu tratamento, comparecendo às sessões de quimioterapia, e tendo alguma melhora. Apesar das primeiras experiências negativas com a produção de  metanfetamina, Jesse e Walter concordam em continuar a parceira.

Aos poucos os dois começam a entender melhor daquele mundo, ao mesmo tempo em que não param de ter problemas. O amigo de Jesse, Badger é preso em um dos pontos de venda. Walter contrata um advogado, Saul Goodman, para ajudar Badger. E uma nova parceria surge, Walter percebe que no seu no novo ramo, problemas acontecem a todo momento, e Goodman será um aliado nesses momentos, além de "conhecer o caras que conhecem outras caras..."

Por indicação de Saul, após a morte de um de seus distribuidores, Walter procura um modo de distribuição com um novo traficante, Gus Fring, que propõe uma parceria para distribuição da droga. Fring é dono da rede de restaurantes, Pollos Hermanos, que serve com fachada para o tráfico de metanfetamina e tem todo o processo bem estruturado.

Uma das cenas mais chocantes dessa temporada acontece quando Walt visita a casa de Jesse, e vê sua namorada, Jane, se afogar em seu próprio vômito durante uma overdose, mas não faz nada para salvá-la.

Percebendo a vida dupla de seu marido, Skyler começa a confrontá-lo propondo uma separação. É quando conseguimos ver mais do que Anna Gunn é capaz, Skyler participa mais da história, e coloca um drama na cabeça de Walter. Até quando ele conseguirá viver a vida dupla? Dois personagens sensacionais aparecem: Saul Goodman é um advogado de porta de cadeia, que aceita qualquer dinheiro, mesmo que seja sujo para salvar todos os tipos de bandidos, inclusive Walt e Cia; também conhecemos Gus Fring, personagem que será importantíssimo e protagonista das próximas duas temporadas.

Terceira Temporada

Walter resolve contar a Skyler boa parte da verdade sobre seu lado B, entretanto ela não admite ser esposa de um "traficante" e quer o divórcio a qualquer custo.

No meio de vários conflitos, Gus propõe a Walter um valor fixo de 3 milhões por três meses de trabalho e um laboratório super avançado, mas com um novo assistente, Gale. O laboratório tem a melhor aparelhagem para se cozinhar a droga, e fica no subsolo do centro de distribuição da Pollos Hermanos.

Walter consegue, estrategicamente, voltar a trabalhar com Jesse, após ele ameaçá-lo de entregá-lo à DEA. Agora Jesse é o ajudante, no lugar de Gale.

Jesse descobre quem matou Combo, um menino de 11 anos, irmão de sua namorada, com isso, decide vigar a morte de seu amigo e salvar o menino do tráfico. Numa das melhores cenas da série, Walter faz o que Jesse queria fazer, matar os dois traficantes que contrataram o menino.

Gus começa a perder a confiança em Walter e pede a Gale para assumir o laboratório. Seus capangas vão atrás de Walter e Jesse, mas não encontram Jesse, assim Walter ordena que Jesse execute Gale, para que Gus passe a precisar deles, pois passariam a serem os únicos com conhecimento para produzir metanfetamina de alta qualidade.

Quarta Temporada

A temporada inicia com um das cenas mais tensas da série. Jesse segue as instruções e vai até a casa de Gale. Frente a frente, Jesse aponta a arma para cabeça de Gale, e por alguns segundos dramáticos, ele avalia o que está fazendo, mas acaba atirando. Assustador!

Assim, o plano de Walter dá certo e Gus é obrigado a mantê-lo na produção da metanfetamina, mas para manter Jesse longe de Walter e causar intriga entre os dois, Gus pede a Mike, um dos seus executores, para que Jesse o acompanhe na recepção dos pagamentos e auxílio na segurança. O plano de Gus funciona, Walter e Jesse estão cada vez mais distantes e brigam entre si.

Hank encontra ligações entre o assassinato de Gale e Gus, e passa a acreditar que Gus tem envolvimento no tráfico de metanfetamina e pode ser um cúmplice de Heisenberg. Gus percebe que Hank, consequentemente a DEA está cada vez mais perto dele. Sabendo da proximidade entre Walter e Hank, Gus ameaça matar toda a família de Walter. Temendo por sua família, Walter bola uma estratégia para matar Gus, assim deixa as diferença com Jesse de lado, que se juntam e convencem o ex-executor do cartel, Hector Salamanca, a detonar uma bomba suicida matando Gus instantaneamente, numa das sequências mais excitantes da série.

Quinta Temporada

A quarta temporada parecia o fim da série, a última frase de Walter, dita para sua esposa Skailer é: "Eu ganhei". Se tivesse terminado assim, o espectador ficaria com algumas dúvidas, mas poderia imaginar o que aconteceu, pois com a morte do principal traficante, Walter tem o caminho livre para se tornar o dono do tráfico. Agora Heisenberg não precisa vencer ninguém.

Por isso, quinta temporada parece ser uma nova série, tento que há vários novos personagens como: Todd Alquist, Lydia Rodarte-Quayle e Jack Welker.

O primeiro episódio começa exatamente após a morte de Gus Fring. Agora Walter precisa resolver todos os indícios e provas que podem recair sobre ele. Primeiro é destruir o computador com as gravações das câmeras de segurança do laboratório. Numa sacada bem legal, sendo uma ideia de Jesse e ajuda de Mike, eles conseguem destruir o laptop.

Agora, como todos poderia imaginar, Walter quer voltar a produção de metanfetamina e  distribuição sem atravessadores, para isso cria uma sociedade com Jesse e Mike. Enquanto Mike lida com todos os aspectos comerciais do negócio, Walter e Jesse trabalham com uma empresa dedetizadora para produzir metanfetamina em casas isoladas e interditadas para dedetização.

Hank continua sua investigação do assassinato de Gus, que o leva na identificação de nove presos e um advogado com ligações a Mike. Para esconder seu segredo, Walter mata Mike numa reação irracional, mas possivelmente premeditada. Contrata Jack Welker, tio de Todd, para assassinar todos os nove presos dentro da prisão.

Livre de qualquer suspeita, Walter continua seus negócios, agora auxiliado por Lydia, que consegue exportar o produto para Europa. Depois de fazer $80 milhões, resolve aposentar e sair de cena. Assim volta a vida rotineira, trabalhando no lava jato que comprou. Tudo parece estar se acertando, quando num dos poucos erros de Walter, Hank encontra em sua casa um livre com alguns dizeres que o levam a ter certeza de que Walter é Heisenberg, e volta a investigar todo o caso.

Hank se junta com Jesse, que agora quer de qualquer maneira prejudicar Walter, pois descobriu que foi ele quem envenenou Brock, filho de sua namorada. Walter percebe seu erro e resolve fugir levando sua família, esconde os $80 milhões os enterrado no deserto, e contrata Jack para matar Jesse.

Tentando encurralar Walter, Hank e Jesse conseguem um plano para levá-lo até o local onde enterrou o dinheiro, ganancioso, Walter vacila pela segunda vez. No deserto ele se entrega a Hank, mas Jack e sua gangue de neonazistas aparecem e entram em confronto com Hank e seu parceiro. Jack executa Hank, numa das cenas mais chocantes da série, e rouba o dinheiro de Walter, deixando-o com $11 milhões.

Walter volta para casa, com intuito de fugir com sua família, mas Skyler e Walter Jr. ficam arrasados com a morte de Hank e culpam Walter. Eles se recusam a fugir com Walter e, chamam a polícia. Walter foge sozinho, e passa vários meses escondido em uma cabana no meio da neve, isolado da sociedade.  Ainda lutando contra o câncer, passa a ter problemas com a solidão, assim retorna para visitar sua família uma última vez e se vingar de Jack. Ele confessa a Skyler que fez tudo porque gostava daquela vida, e não porque queria deixar uma estrutura financeira para família.

A cena da vingança é sensacional, Walter assassina todos os membros da quadrilha e liberta Jesse, que foge antes da polícia chegar. Voltamos à primeira cena da série com Walter no chão, mortalmente ferido após levar um tiro. Vemos os policias chegando e vasculhando a área onde ele se encontra morto.

Curiosidade

No aniversário de 51 anos de Walter, Jesse lhe dá um relógio de presente. Nos episódios finais, há uma cena em que Walter larga esse relógio em cima de um telefone público. Essa cena foi inserida para evitar um erro de continuidade, pois no episódio "Live Free or Die", Walter estava sem ele, e cronologicamente deveria estar sem o relógio a partir daquele momento. Mas o mais interessante é como a cena foi feita, deixa-nos entender que Walter queria ficar livre de tudo que o lembrasse da vida que estaria por acabar. Sem esses vínculos estaria preparado para tudo, até matar Jesse.

[FIM SPOILERS]


Essa é a melhor série que assisti até hoje, temos todos os gêneros envolvidos, e o roteiro beira a perfeição. Vou assistir novamente aos últimos 8 episódios, pois são sensacionais. Vale mais a pena assisti-la do que boa parte dos filmes que são lançados atualmente.

quinta-feira, 23 de março de 2017

Séries, Minisséries e Seridados

Cada vez mais a TV vem fazendo fãs em todo o mundo, nos tirando da poltrona do cinema para o sofá de casa. Roteiros bem elaborados, com tempo necessário para desenvolver os personagens e produções dignas de Hollywood, nos fazem apreciar os seriados, minisséries e séries televisivas. Além disso, muitos dos melhores atores "hollywoodianos" estão aceitando papéis para televisão. True Detective é um bom exemplo, com Matthew McConaughey e Woody Harrelson na primeira temporada, e Colin Farrell, Vince Vaughn e Rachel McAdams na segunda temporada.

Por isso é bom deixa claro as diferenças que há entre estes tipos de programa televisivo: seriado, minissérie e série. Sem buscar informações sobre seus conceitos, vou dar uma explicação prática e pessoal para essas diferenças.

Seriado é aquele que cada episódio tem uma história independente, início, meio e fim. Claro que respeitando o que aconteceu nos anteriores, mas sem a necessidade do telespectador saber o que aconteceu para entender a história. É dividido em temporadas contendo vários episódios, dependendo da duração de cada um e do canal que é exibido. Seriado normalmente não tem um final, para de ser exibido quando a audiência cai muito. Alguns exemplos são: Os Simpsons, Friends e ER - Plantão Médico.

Minissérie é aquela que tem poucos episódios e não é dividida em temporadas, mas as vezes podem durar mais de um ano. A história é única, sendo que cada episódio conta um parte dela, tendo o telespectador que assistir o anterior para entender o próximo. Alguns exemplos são: Band of Brothers, The Pacific e Os Kennedys.

Série é aquela que tem uma história única, mas que sua história não está completamente definida e vai sendo desenvolvida conforme a audiência, por isso um personagem pode ser destacado ou retirado. Normalmente o roteirista tem a noção do início e do fim, mas o meio fica aberto. Tem vários episódios e é dividida em várias temporadas. Também é preciso que o telespectador assita o episódio anterior para entender o próximo. Alguns exemplos são: Arquivo X, Battlestar Galactica, The 4400, True Blood e Twin Peaks. Esse tipo de série tende para o lado de seriado (Série/Seriado), com sua história se prolongando por muitas temporadas.

Há variações para séries, como algumas que os roteiristas praticamente definem o número de temporadas que vão ter, pois até o meio da história está definido. Essas tendem para o lado de minissérie (Série/Minissérie). Alguns exemplos são: Breaking Bad e Lost. The Walking Dead e Game of Thrones começou dessa forma, mas com o sucesso estrondoso podem se transformar em Série/Seriado.

Outra variação são as séries que tem início, meio e fim pra cada temporada. Dessa forma, podem ser produzidas várias temporadas ou apenas uma. Isso da uma segurança para os produtores e investidores. Alguns exemplos são: 24 Horas, True Detective e Demolidor.

Acho esses conceitos importantes na hora de escolher um dos programas para assistir. Depois de acompanhar vários desses, descobri que não gosto de Série/Seriado, pois sempre há muita enrolação com propósito de prender o espectador. Isso não quer dizer que seja ruim, mas a história fica infinita, frustrando-me após algum tempo, e por isso paro de assistir. Prefiro as Minisséries e Série/Minissérie. Gosto também de alguns Seriados, pois posso assistir qualquer episódio sem compromisso.

segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Thor - O Mundo Sombrio (Thor: The Dark World) - 2013

04/02/2015
Nota: 7.0 / 7.2 (IMDB)
Formato: HD 3D

Direção: Alan Taylor
Roteiro: Christopher Yost, Christopher Markus, Stephen McFeely, Don Payne, Robert Rodat
Elenco: Chris Hemsworth (Thor Odinson), Natalie Portman (Jane Foster), Tom Hiddleston (Loki Laufeyson / Loki), Anthony Hopkins (Odin), Christopher Eccleston (Malekith), Idris Elba (Heimdall), Kyle Jacobs (Bastyan), Kat Dennings (Darcy Lewis), Jonathan Howard (Ian Boothby), Stellan Skarsgård (Dr. Erik Selvig), Ray Stevenson (Volstagg), Clive Russell (Tyr Odinson), Zachary Levi (Fandral), Jaimie Alexander (Sif), Tadanobu Asano (Hogun), Alice Krige (Eir), Adewale Akinnuoye-Agbaje (Kurse, o Elfo Negro / Algrim, o Forte), Richard Brake (Capitão dos Einherjar), Rene Russo (Frigga), Chris Evans (Steve Rogers / Capitão América), Chris O'Dowd (Richard)


Crítica:
O que a Marvel Studios vem fazendo para o cinema é algo invejável, por isso agradeçam por estarem acompanhando essa fase histórica de Hollywood. Num futuro próxima, essa fase terá um título com os quadrinhos: fase de prata, fase de ouro etc. E não existe nada de especial, o estúdio está apenas traspondo os quadrinhos para nossa realidade, sem perder a essência de aventura e diversão das HQs.

No segundo filme do Thor, a aventura pouco fica na Terra, mostrando mais de Asgard e outros reinos ao seu redor. Isso demonstra o quanto estão procurando respeitar as histórias em quadrinho, por isso o resultado é bem melhor que o primeiro Thor - 2011. O drama e ação estão bem mais concisos, deixando mais claro a representatividade dos asgardianos e os terráqueos.


A trama começa depois de os eventos de Os Vingadores (The Avengers) - 2012, Loki se encontra preso em Asgard. Tudo parece bem, Asgard se prepara para coroar um novo rei, enquanto uma última batalha é realizada para trazer paz aos Os Nove Reinos. Até que uma nova ameaça surge, Malekth, o rei dos Elfos Negro, antiga raça que foi derrotada por Asgard, nos tempos em que Bor, avô de Thor, era o rei.

Na Terra Jane, que não vê Thor desde os eventos do primeiro filme, encontra uma fábrica abandonada onde as leis da física ficam irregulares em alguns pontos. Jane acaba sugada por um portal e é levada para o local onde um objeto chamado Éter foi guardado por milhares de anos por Bor. Esse objeto entra corpo de Jane e lhe poderes mais forte que um ser humano comum.


Heimdall conta a Thor que Jane sumiu da Terra, assim, faz uma busca por ela, quando a encontra, percebe ela está com uma força incomum, ele decide levá-la para Asgard. Odin revela que a situação de Jane faz parte de uma antiga profecia, que os Nove Reinos serão alinhados, e desse alinhamento portais serão abertos, como na fábrica.

Malekith e seu exército, vão em busca do Éter, atacam Asgard e matam a mãe do Thor. Odin ordena que seu filho permaneça em Asgard para proteger o reino. Mas após o funeral de sua mãe, Thor decide levar Jane para longe de Asgard para que Malekith não ataque o reino novamente.


Numa inesperada situação, Thor convence Loki ajudá-lo, oferecendo-o uma chance de vingar a morte de sua mãe adotiva. Os dois fogem com Jane em uma das naves dos Elfos e chegam ao mundo sombrio e encontram Malekith e Algrim. No confronto Loki apunhala Thor e entrega Jane a Malekith, mas tudo fazia parte do plano de Thor, para enganar Malekith e impedi-lo de se apoderar do Éter. Loki e Algrim se enfrentam, o segundo consegue acertar o primeiro, mas antes de morrer, Loki consegui explodir Algrim com um granada. Malekith acaba conseguindo, se apoderar do Éter. Thor e Jane conseguem fugir e vão à Terra através de um portal de outro portal.

Coincidentemente é em Londres que os nove planetas vão se convergir, e é para lá que Malekith vai, pois pretende usar o poder do Éter para destruir o Universo e fazê-lo voltar a ser pura escuridão. Thor e Malekith se enfrentam, enquanto Jane e seus amigos tentam fechar os portais com seus equipamentos científicos. Por fim, conseguem enviar Malekith ao portal do mundo sombrio, que aparentemente morre ao ser esmagado pela própria nave.

Em Asgard, Thor aparece conversando com seu pai Odin, recusa ser rei, dizendo que prefere continuar ajudando o reina nas batalhas que poderão surgir, mas não era Odin e sim, Loki utilizando seus poderes para enganar Thor e se apoderou do trono.


Como todo filme da Marvel o roteiro não é o forte, mas a diversão e os efeitos especiais são privilegiados. Thor: Mundo Sombrio segue a mesma fórmula, o roteiro é justamente o ponto fraco do filme, trazendo algumas coincidências absurdas, principalmente as que envolvem Jane, magicamente tudo acontece com ela, só para ser inserida na história.

Nesse não temos um vilão com os mesmos poderes do herói, mas suas motivações para fazer o mal não são estruturadas, a ideia é muito grande, devolver a escuridão ao universo, Porquê? Para quê? Se é algo tão grande assim, os Vingadores deveriam ser envolvidos.

Mas como disse nada disse prejudica a diversão, e quem sabe o próximo será melhor que esse segundo. Potencial tem.

Os Suspeitos (Prisoners) - 2013

04/02/2015
Nota: 7.5 / 8.1 (IMDB)
Formato: HD

Direção: Denis Villeneuve
Roteiro: Aaron Guzikowski
Elenco: Hugh Jackman (Keller Dover), Jake Gyllenhaal (Detetive Loki), Viola Davis (Nancy Birch), Maria Bello (Grace Dover), Terrence Howard (Franklin Birch), Melissa Leo (Holly Jones), Paul Dano (Alex Jones), Dylan Minnette (Ralph Dover), Zoe Borde (Eliza Birch), Erin Gerasimovich (Anna Dover), Kyla Drew Simmons (Joy Birch), Wayne Duvall (Capitão Richard O'Malley), Len Cariou (Padre Patrick Dunn), David Dastmalchian (Bob Taylor), Jeff Pope (Elliot Milland)

Crítica:
Thriller investigativo é muito abordado em filmes, temos alguns bons exemplos como: O Silêncio dos Inocentes (The Silence Of The Lambs) -1991, Se7en - Os Sete Crimes Capitais (Seven) - 1995 e Zodíaco (Zodiac) - 2007. Os Suspeitos (Prisoners) - 2013 segue exatamente esse estilo, e não deixa nada a desejar para os citados.

Na trama acompanhamos Keller Dove, pai de uma família comum dos EUA, que tem boa amizade com a vizinhança, principalmente com a família de Franklin Birch. Em um dos encontros festivos das duas famílias, uma tragédia acontece, as filhas de seis anos das duas famílias desaparecem misteriosamente. Dove e Birch tentam encontra-las de qualquer maneira, enquanto a polícia está a caminho. O jovem detetive Loki é encarregado de investigar o desaparecimento, sem nenhuma pista, ele precisará buscar alguma dica que leva ao sequestrador e enfrentar o desespero e ansiedades de Dove.


Sabendo que a vida de sua filha está em perigo, Dover decide fazer sua própria investigação, no entanto suas emoções influenciarão na busca por suspeitos. O primeiro suspeito preso, Alex Jones, é pego dirigindo um trailer em frente à casa onde aconteceu o sequestro. Mas por falta de provas é solto. 

O desaparecimento vai tomando rumos perturbadores, principalmente pela investigação pessoal de Dove, enlouquecido na ânsia por trazer sua filha de volta ao lar, mesmo sendo um homem religioso, e seguidor da palavra de Deus, ele sequestra Jones, para arrancar uma confissão, e para isso usa a tortura com método. Além disso, vai à casa onde Jones mora com sua tia, Holly Jones, para interrogá-la, mas ainda assim, apesar de ser o principal suspeito, Dove não tem provas reais de Jones é o sequestrador, nessa altura, possível assassino.


Nessas cenas é que o roteiro nos coloca em conflito com a trama, Dove fica cada vez mais transtornado, e ao mesmo tempo "cego" para realizar uma investigação com parcialidade. A pergunta que nos vem à cabeça é: Até onde vamos para salvar nossos filhos? Esse dilema é bem exposto quando Dove mostra a Birch o que estava fazendo e pede ajuda para continuar. Dove sem nenhum receio e Birch procurando respeitar o senso comum e a moral.

Enquanto isso o detetive Loki se divide entre coletar provas concretas e vigiar Dove, para que não cometa nenhuma loucura.

São quase duas horas e meia bem intensas, o desenvolvimento dos personagens é bem valorizado, com Jackman e Gyllenhaal realizando um excelente trabalho. As mães das desaparecidas tem papeis secundários, tanto Viola Davis quanto Melissa Leo são pouco exigidas, mas quando aparecem não desapontam.


O roteiro respeita nossa inteligência, nenhuma pista é jogada para nos enganar, são concretas e vamos descobrindo o mistério juntamente com os personagens.

Mas é a frase final da esposa de Dover, Grace, que resume bem qual era a mensagem do filme: "Meu marido fez tudo o que era necessário. Graças a Deus. Ele é um homem bom”. Nesse momento Loki não emite um som se quer. O silêncio dele nos faz refletir, sobre as interpretações que os homens fazem em nome de Deus, muitas vezes transformando a mentira em verdade, para construírem a sua própria opinião do que é certo e do que é errado. E pior, alguns ainda tentam nos convencer de sua verdade mentirosa.

Sem Limites (Limitless) - 2011


03/02/2015
Nota: 7.0 / 7.4 (IMDB)
Formato: HD

Direção: Neil Burger
Elenco: Bradley Cooper (Eddie Morra), Robert De Niro (Carl Van Loon), Abbie Cornish (Lindy), Anna Friel (Melissa), Jennifer Butler (Mulher dos negócios), Johnny Whitworth (Vernon Gant), Robert John Burke (Pierce), Tomas Arana (Tan Coat), T.V. Carpio (Valerie), Patricia Kalember (Sra. Atwood)

Crítica:
Depois de assistir Lucy - 2014 e ler algumas críticas, descobri que não havia assistido Sem Limites. Os dois filmes compartilham a mesma premissa: o ser humano atingir a utilização além da capacidade do cérebro.

Com expus na crítica de Lucy - 2014, o mito dos 10% do cérebro foi desmistificada há anos, mas ainda continua valendo para as ficções Hollywoodianas.

Eddie Morra é um escritor que está naquelas fases de pouca inspiração, mora num apartamento imundo em Chinatown, além de não ter dinheiro para nada, também perde sua namorada. Mas sua vida está prestes a ter uma reviravolta quando, por acaso, encontra seu ex-cunhado, que lhe oferece a solução para os seus problemas, uma droga em fase de testes chamada NZT. Essa droga oferece ao seu usuário acesso total ao cérebro, inteligência infinita.


Como sua vida estava um lixo, Eddie não pensa duas vezes, e acaba experimentando a novidade. Quando o NZT começa a fazer efeito, ele muda completamente. Logo percebe que consegue acessar detalhes de lembranças guardadas em seu cérebro. Em questão de minutos ele sabe tudo sobre direito, mercado financeiro, e começa a ganhar bastante dinheiro. O livro que escrevia sem inspiração sai do zero e em questão de horas está praticamente pronto.  Ao ouvir novos idiomas passa a ficar fluente na língua.

Quando vai atrás de Vernon à procura de mais NZT, encontra-o morto em seu apartamento. Então Eddie procura por mais droga, acha um pacote da droga e dinheiro.


Com mais NZT Eddie consegue um novo emprego na empresa de um influente homem de negócios, Carl Van Loon. Além disso volta com sua namorada Lindy. Ele enriquece rapidamente, mas logo vem as consequências do poder, fama e os efeitos colaterais da droga, pode matá-lo caso corte o consumo rapidamente. Além disso, Eddie passa a ser perseguido por um agiota, que lhe emprestou dinheiro para conseguir o capital inicial para ascensão no mundo dos negócios e para suas jogatinas.
Esse é o contexto geral da história, agora Eddie tem que lidar com todas consequências que uma droga traz, mesmo essa que tem um benéfico surreal.

Um dos acertos do roteiro e direção, foram os elementos gráficos desenvolvidos, ao tomar a pílula com droga a imagem passa de uma tonalidade azul fria, para um vermelho quente. Além disso, toda a história é bem construída e as atuações são boas o bastante para não comprometer o filme.


A diferença básica entre esse filme e Lucy - 2014, é que esse é uma ficção com os pés no chão, trazendo para o espectador uma ficção possível no futuro, Lucy - 2014 é completamente fora da nossa realidade, isso não quer dizer que é ruim, é apenas uma distinção das duas histórias.

Sem Limites é um filme acima da média, só de nos fazer pensar nas possibilidades de ter esse "poder", inteligência infinita, torna-o merecedor de ser assistido.

Ninfomaníaca: Volume 2 (Nymphomaniac: Vol. 2) - 2013

03/02/2015
Nota: 7.0 / 6.7 (IMDB)
Formato: HD

DireçãoLars von Trier
RoteiroLars von Trier
ElencoCharlotte Gainsbourg (Joe 35-50), Stacy Martin (young Joe 15-31), Stellan Skarsgård (Seligman), Shia LaBeouf (Jerôme Morris), Christian Slater (Joe's father),Jamie Bell (K), Uma Thurman (Mrs. H), Willem Dafoe (L), Mia Goth (P), Sophie Kennedy Clark (B), Connie Nielsen (Katherine (Joe's mother)), Michaël Pas (Older Jerôme), Jean-Marc Barr (the Debtor Gentleman), Udo Kier (The Waiter), Shanti Roney (Tobias (Interpreter)), Laura Christensen (Babysitter), Caroline Goodall (Psychologist), Kate Ashfield (Therapist), Tania Carlin (Renée), Daniela Lebang (Brunelda), Omar Shargawi (Thug 1), Marcus Jakovljevic (Thug 2), Severin von Hoensbroech (Debtor in greenhouse)


Crítica:

Parte 2


Depois de assistir a primeira parte, entendemos o porquê de Lars von Trier separar seu filme em duas partes. Foi apenas para conseguir contar toda a história que queria, sem ser cansativo, pois os dois filmes juntos devem ter em torno de quatro horas, isso com os cortes realizados.

A segunda parte narra a vida adulta de Joe até o ponto em que o primeiro filme começa. Na fase adulta, seu vício não é mais uma brincadeira, passa a ser uma necessidade, por isso, cada vez mais se afunda na podridão da sociedade. Sujeita-se a todo tipo de situação, sem ter sentimentos, medo, raiva, dó, desespero, nada disso passa por Joe. Ela simplesmente segue os instintos que seu vício lhe impõe.


Dentro de toda narrativa, desde o primeiro filme, entendemos um pouco de quem é Seligman. Um cara que viveu a vida para religião, sem mulheres, também tem seus fantasmas e na medida que Joe narra a história, percebemos que ele também é um ser humano com problemas, frustações etc.

O drama de Joe piora cada vez mais, mas até então a única prejudicada é ela mesmo. Até que fica grávida, a partir daí ficamos ainda mais chocados. O filho não impede Joe de seguir os instintos de eu vício, chagando ao ponto de larga-lo sozinho para participar de sessões sadomasoquistas. É incrível o tanto que muda nossa perspectiva quando uma criança é envolvida em qualquer conflito.


A narrativa se desenvolve mostrando o lado negro da hipertextualidade até chegarmos ao ponto de início. Quando Joe termina a história, Seligman está psicologicamente envolvido com ela. As últimas cenas von Trier deixa claro que queria nos mostrar algo além do desejo sexual hiperativo, pois, em minha opinião, todos nós temos diferentes problemas, desvios de comportamento, ou até vícios ocultos, uns mais outro menos, uns expositivos outros introspectivos. 

Muitos ficaram sem entender o final, mas o ato final vai muito além da ação em si. Para humanidade há muitos mistérios, muitos deles explicados por Deus. A ciência tenta há milhares de anos explicar a imensidão do universo ou de onde viemos, para as religiões não há explicação, há Deus. Mas Lars expõe um dos mistérios que ninguém consegue explicar, o cérebro humano.

quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Ninfomaníaca: Volume 1 (Nymphomaniac: Vol. 1) - 2013

03/02/2015
Nota: 7.0 / 7.1 (IMDB)
Formato: HD

Direção: Lars von Trier
RoteiroLars von Trier
Elenco: Charlotte Gainsbourg (Joe 35-50), Stacy Martin (young Joe 15-31), Stellan Skarsgård (Seligman), Shia LaBeouf (Jerôme Morris), Christian Slater (Joe's father), Jamie Bell (K), Uma Thurman (Mrs. H), Willem Dafoe (L), Mia Goth (P), Sophie Kennedy Clark (B), Connie Nielsen (Katherine Joe's mother), Michaël Pas (Older Jerôme), Jean-Marc Barr (the Debtor Gentleman), Udo Kier (The Waiter), Maja Arsovic (Joe 7 years), Sofie Kasten (B 10 years), Ananya Berg (Joe 10 years), James Northcote (Young Lad 1 on Train), Charlie G. Hawkins (Young Lad 2 on Train), Jens Albinus (S), Felicity Gilbert (Liz), Jesper Christensen (Jerôme's Uncle), Hugo Speer (Mr. H), Cyron Melville (Andy A), Saskia Reeves (Nurse), Nicolas Bro (F), Christian Gade Bjerrum (G)


Crítica:

Parte 1

Em primeiro lugar a duologia Ninfomaníaca não são filmes pornô, na verdade passa longe disso. Ninfomania ou hipersexualidade é nome dado ao vício desenvolvido em mulheres por ter apetite sexual excessivo a ponto de causar prejuízos à vida pessoal.

O filme narra a vida de Joe, uma mulher com hipersexualidade desde a infância. Qualquer tipo de vício traz males, normalmente irreversíveis para a vida das pessoas, sejam eles por drogas, álcool, jogo ou sexo.


A história foi dividida em dois filmes o primeiro começa com Joe sendo achada largada e bastante machucada em um beco por um homem mais velho, Seligman, que lhe ajuda e a leva para sua casa, onde possa deitar-se e recuperar dos ferimentos. Quando acorda, os dois começa a conversar até que Seligman pergunta sobre detalhes da vida de Joe, que resolve contar com tudo aconteceu para que chegasse àquele ponto. Assim, inicia a narração das suas aventuras sexuais da infância/adolescência até a vida adulta.

No início tudo parecia brincadeira, vivia uma vida quase normal, estudos, frequentava escola, tinha amigas. Uma das cenas marcantes acontece quando ela e mais uma amiga fazem uma aposta: vão fazer uma viagem de trem e quem conseguir transar com mais homens até o fim da viagem ganha um saco de balas.


O sexo é bem explícito, sem mostrar diretamente o ato, pois como a história é impactante e dramática, essa explicitude fica em segundo plano, e passamos a focar no ser humano. Nossos pensamentos vão às possibilidades de uma pessoa chegar a tal ponto, de fazer qualquer coisa para saciar seu apetite sexual.

Lars von Trier mais uma consegue nos chocar, ele é mestre nisso, em expor a verdade nua e crua, da forma que nos traz à realidade das nossas vidas, mostrando que as situações são reais, e o quanto a cabeça do ser humano é uma incógnita, para nós leigos e para a ciência.

Quem for esperando um filme sexual, nem precisa começar a assistir, pois as cenas não causam excitação, e sim, ojeriza e muitas vezes nojo.

Continua... Ninfomaníaca: Volume 2 (Nymphomaniac: Vol. II) - 2013

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Lucy - 2014

29/01/2015
Nota: 6.5 / 6.4 (IMDB)
Formato: HD

Direção: Luc Besson
RoteiroLuc Besson
Elenco: Scarlett Johansson (Lucy), Morgan Freeman (Professor Samuel Norman), Choi Min-sik (Jang), Amr Waked (Del Rio), Pilou Asbaek, Mason Lee, Analeigh Tipton, Frédéric Chau, Claire Tran, Christophe Tek, Jan Oliver Schroeder, Yvonne Gradelet, Paul Chan, Michél Raingeval

Crítica:
Antes de mais nada é importante frisar que Lucy não é um filme de super-herói, quem assistiu com pensando nisso, provavelmente não gostou do filme. Para quem ainda vai assistir, tire isso da cabeça.
Temos muita ação, e a personagem principal adquire poderes, que utiliza apenas para seus próprios fins, em nenhum momento a trama tem uma ameaça mundial, ou algo do tipo.

Mais uma observação, a exploração cientifica é absurda, mas tão bem trabalha que acreditamos que a ciência tem explicações reais para cada fator dos poderes de Lucy. Por isso, precisei pesquisar sobre o assunto e ler algumas críticas. Tudo não passa de ficção científica pura, procurando exagerar alguns mitos que a ciência ainda tem.

Um deles se trata da nossa capacidade de utilização do cérebro. Há o mito de que utilizamos apenas 10% do cérebro, mas já foi provado que não é verdade. Além disso, temos alguns pontos na física quântica que podem ser utilizados para explicação de algumas teorias do filme, mesmo que seja uma ficção, vale o esforço para comparação com as teses científicas reais.


[SPOILERS] Lucy é uma mulher comum que se mudou para estudar em Taiwan. Um dia Lucy se encontra com o namora, que a pede para entregar uma mala para um homem chamado Sr. Jang. Lucy entrega a maleta sem saber o conteúdo dentro dela, mas seu namorado é morto a tiros, e capturada. Assim, descobre que o conteúdo da maleta era uma nova droga sintética chamada CPH4 e agora ela fara o trabalho de transporte da droga para o chefe da máfia, o homem dono da maleta. A droga é implantada cirurgicamente em seu abdômen e em mais outras três "mulas" que também vão transportar a droga para a Europa.

Um dos capangas de seu raptor tenta estuprá-la, mas Lucy reage e o homem lhe dá socos e chuta seu abdômen quando está no chão. Após vários chutes, o saco contendo a droga se rasgar e libera uma grande quantidade da droga no corpo de Lucy. A overdose lhe dá gradativamente capacidades físicas e mentais cada vez mais elevadas, como: telepatia, telecinese, eletrocinese, absorver conhecimento instantaneamente, optar por não sentir dor ou outros desconfortos físicos ou emocionais. Tudo isso devido ao fato de aumentar sua utilização do cérebro, que a cada hora aumenta a porcentagem. Com os poderes ela mata seus raptores e foge.


Em seu apartamento, Lucy começa a pesquisar na internet sobre CPH4 e acaba descobrindo o cientista e médico conhecido como Prof. Samuel Norman (Morgan Freeman), cuja pesquisa pode ser a chave para salvá-la.

A trama se desenrola com Lucy sendo perseguida, ao mesmo tempo que procura encontrar as outras três "mulas". Após vencer vários de seus inimigos utilizando sua mente e poderes, Lucy chega ao laboratório da universidade onde Norman trabalha. Os dois discutem sobre a natureza do tempo, humanidade e diversos assuntos que Lucy aprendeu instantaneamente durante a sua trajetória. E assim decidem por injetar mais dosagens da droga e acelerar o processo de acesso ao cérebro. 


Nesse momento é que a história entra de cabeça na ficção. Lucy se transforma em uma massa preta, como se fosse uma gelatina maleável. Aos pouco começa a envolver os computadores e outros objetos do laboratório. Seu objetivo é transforma-los em um supercomputador, para armazenar o conhecimento do universo. Assim, ela busca no passado todas as informações da humanidade, e acaba encontrando "Lucy", a ancestral mais antiga da humanidade, as duas se tocam. 

No presente Sr. Jang invade o laboratório para matar Lucy, ele atira, mas ela atinge os 100% de acesso ao cérebro e desaparece. O agente da polícia mata Jang, e o professor Norman recebe um pen drive preto, lhe dado pelo supercomputador criado pelo corpo de Lucy. As últimas palavras de Lucy, são: "EU ESTOU EM TODA PARTE", em mensagem enviada para o telefone do agente Del Rio, e sua voz diz no final: "A vida nos foi dada um bilhão de anos atrás. Agora você sabe o que fazer com ela." [FIM SPOILERS]


Scarlett Johansson tem ótima atuação como Lucy, a importante transição de uma mulher comum até um ser humano com capacidades extremas, é muito bem interpretada, a diferença é visível e eficaz.

Para gostar do filme basta entrar na história, lembrar que é uma ficção imaginar como é ter poderes desse porte. Alguns críticos realizaram comparações e classificaram Lucy como a primeiro ou segunda personagem mais poderosas já criada. Acho que o conhecimento técnico científico é interessante para identificar todos os pontos em a realidade se transforma em ficção e onde o roteiro se inspira na física quântica.

Gostei do filme, principalmente por ser bem direto, não tem enrolação, toda a história é contada em apenas 89 minutos, tudo bem objetivo.

sábado, 5 de setembro de 2015

Corações de Ferro (Fury) - 2014

26/01/2015
Nota: 8.5 / 7.8 (IMDB)
Formato: HD

Direção: David Ayer
Roteiro: David Ayer
Elenco: Brad Pitt (Don "Wardaddy" Collier), Logan Lerman (Norman "Machine" Ellison), Shia LaBeouf (Boyd "Bible" Swan), Michael Peña (Trini "Gordo" Garcia), Jon Bernthal (Grady "Coon-Ass" Travis), Jason Isaacs ("Old Man" Waggoner), Scott Eastwood (Miles), Xavier Samuel (Parker), Brad William Henke (Sgt. Davis), Anamaria Marinca (Irma), Alicia von Rittberg (Emma), Kevin Vance as Sgt. Peterson), Branko Tomovic (German Corporal), Iain Garrett (Sgt. Foster), Eugenia Kuzmina (Hilda Meier), Stella Stocker (Edith




Crítica:
Ao longo dos anos vários filmes sobre as grandes guerras foram realizados, especialmente sobre a segunda. Esse fato histórico dá aos cineastas vários momentos que podem ser explorados no cinema, sendo uma fonte interminável de histórias, muitas deles já contadas.  Temos vários filmes aclamados pelas críticas e hoje considerados clássicos do gênero. O Resgate do Soldado Ryan (Saving Private Ryan) - 1998, A Lista de Schindler (Schindler's List) - 1993, O Pianista (The Pianist) - 2002.  Além disso, abre a possibilidade de criações ficcionais dos fatos, como o recente e excelente Bastardos Inglórios (Inglourious Basterds) - 2009 de Quentin Tarantino.

Corações de Ferro (Fury) - 2014 também é uma história fictícia da segunda guerra mundial, nela acompanhamos um grupo de soldados, que fazem parte da tropa de tangues de guerra. O seu tangue dá o nome original ao filme, Fury.


[SPOILER] No enredo Fury é um dos poucos que sobrou do pelotão de tanques de guerra, assim suas missões são bem específicas. A próxima será abrir caminho para as tropas aliadas chegarem a Berlim. No comando da equipe temos o Sangrento Wardaddy (Brad Pitt), seus comandados são os soldados: Bible (Shia LaBeouf), Grady “Coon-Ass” (Jon Bernthal), Gordo (Michael Peña) e o novato Norman (Logan Lerman).

Poucos filmes são realísticos o bastante para mostrar a realidade das guerras. Amigos morrendo ao seu lado, ou ficando sem uma parte do corpo. Todo o drama individual de saber que há qualquer momento será sua vez de morrer. Esse tipo de realidade é mostrado com perfeição nas minisséries Band Of Brothers - 2001 e The Pacific - 2010, mas num filme com menos tempo que as minisséries, essa realidade fica comprometido. De qualquer forma, esse é um ponto forte de Corações de Ferro (Fury) - 2014, dentro da visão dos cinco personagens principais, acompanhamos o drama pessoal de cada um. Como a guerra afeta cada um, na medida em que vamos conhecendo mais o personagem. Isso também é um ponto positivo no roteiro, que trabalha muito bem o aprofundamento de cada um dos tripulantes do Fury. Todos são muito bem desenvolvidos.


O único porem do filme vem no terceiro ato, quando a equipe do Sangrento Wardaddy precisa tomar a decisão de lutar ou fugir, os motivos são totalmente clichês e fora da realidade. Tinha outras formas de se fazer a mesma cena tornando-a mais realística, mas provavelmente sem tentar conseguir emocionar o expectador. Como em Hollywood quase sempre preferem o padrão, essa é a única cena ruim do filme. Mas de forma algum atrapalha o filme consideravelmente, pois a batalha de que se segue é espetacular e muito realística. [FIM SPOLILER]


As atuações contribuem em todo o filme, destaque maior para Brad Pitt, que mostra um sargento com deve ser, duro, mas fiel e companheiro quando necessário. Bom destaque também para Logan Lerman que faz um soldado inexperiente, e convence como tal.

Não é uma obra prima do gênero, mas é um bom filme de guerra, com todos aspectos e realidade acima do normal. Vale a pena assisti-lo.