sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Kick-Ass 2 (Kick-Ass 2) - 2013

01/08/2014
Nota: 5.0 / 6.7 (IMDB)
Formato: HD

Direção: Jeff Wadlow
Roteiro: Jeff Wadlow
Elenco: Aaron Taylor-Johnson (David "Dave" Lizewski / Kick-Ass), Chloë Grace Moretz (Mindy Macready / Hit-Girl), Christopher Mintz-Plasse (Chris D'Amico / The Mother Fucker), Jim Carrey (Coronel Estrelas), Donald Faison (Doutor Gravidade), Robert Emms (Insect Man), Lindy Booth (Night Bitch), Daniel Kaluuya (Black Death), Clark Duke (Marty Eisenberg / Battle Guy), Augustus Prew (Todd Haynes / Ass-Kicker), Olga Kurkulina (Mãe Russia), Andy Nyman (The Tumor), John Leguizamo (Javier), Enzo Cilenti (ajudante), Morris Chestnut (Marcus Williams), Yancy Butler (Angie D'Amico), Lyndsy Fonseca (Katie Deauxma), Claudia Lee (Brooke)


Crítica:
Quando uma sequência de um excelente filme é produzida, ficamos com expectativa grande, pois sempre esperamos que o segundo supere o primeiro. Temos alguns bons exemplos de que isso aconteceu com em: Batman - O Cavaleiro das Trevas (The Dark Knight) - 2008, De Volta para o Futuro II (Back to the Future Part II) - 1989 e O Poderoso Chefão - Parte II (The Godfather: Part II) - 1974.

Kick-Ass - Quebrando Tudo (Kick-Ass) - 2010 foi uma boa surpresa do tema da moda: super-herói. Boas atuações e ótimo roteiro com violência muito bem explorada. Com isso, Kick-Ass 2 estava entre as maiores expectativas do ano. Mas tudo começou a indicar para que o filme fosse inferior ao primeiro já na escolha da direção. Matthew Vaughn que dirigiu o primeiro passou o bastão para Jeff Wadlow, e o orçamento diminuiu em um terço.


O novo Kick-Ass traz uma Hit-Girl tentando largar seu alter ego, e ter uma vida normal. Enquanto Kick-Ass procura se estabelecer como herói, e acaba entrando para o super grupo Justiça Eterna comandada pelo Coronel Stars and Stripes. O vilão é  Red Mist, que agora quer ser chamado de Mother Fucker, pois com a morte de seu pai e uma herança de milhões ele resolve criar sua liga de vilões. As primeiras um hora de projeção a história foca em nos apresentar essa situação, com isso, não vemos Hit-Gril em ação. Até Kick-Ass convencer Hit-Girl voltar à ativa e ajudar a Justiça Eterna derrotar Mother Fucker e sua turma.

Uma história simples, por isso bastava trabalhar os personagens e nos cativar novamente com uma violência inteligente. Mas o roteiro pecou justamente nesses dois quesitos. Insistiu demais em Kick-Ass e Hit-Girl nas primeiras horas, sem mostrar nenhuma ação, e acabou por esquecer os outros personagens, como Coronel Stars and Stripes, muito bem interpretado por Jim Carrey, mas sem tempo de projeção para gostarmos do personagem.


No fim, saímos com a sensação de que faltaram pedaços da história, apesar de ser bem fiel ao quadrinho, pelo que li em sites especializados. Realmente ficou bastante inferior ao primeiro, ao ponto de não valer a pena assisti-lo para não atrapalhar a imagem que temos. Sinceramente é algo semelhante à Batman e Robin (Batman and Robin) - 1997.

terça-feira, 11 de novembro de 2014

O Grande Herói (Lone Survivor) - 2013

26/07/2014
Nota: 8.0 / 7.7 (IMDB)
Formato: HD

Direção: Peter Berg
Roteiro: Peter Berg
Elenco: Mark Wahlberg (SO2 Marcus Luttrell), Taylor Kitsch (LT Michael P. Murphy), Eric Bana (LCDR Erik S. Kristensen), Emile Hirsch (SO2 Danny Dietz), Ben Foster (SO2 Matthew Axelson), Alexander Ludwig (SO2 Shane Patton), Sammy Sheik (Taraq), Scott Elrod (Peter Musselman), Ali Suliman (Gulab), Corey Large (US Navy SEAL CAPT Kenney), Rich Ting (SO2 James Suh), Dan Bilzerian (SOCS Dan Healy), Jerry Ferrara (SGT Hasslert)

Crítica:
Depois de 11 de setembro Hollywood enfatizou em seus filmes o tema terrorismo. Alguns sobre o próprio dia: As Torres Gêmeas (World Trade Center) - 2006; Voo United 93 (United 93) - 2006, mas a maioria sobre a luta contra o terrorismo, como: Guerra ao Terror (The Hurt Locker) - 2008.

Além do tema, há uma característica em comum entre esses filmes, a forma crítica como abordam o próprio tema. Normalmente criticando o terrorismo, como algo do mal, desnecessário e que precisa ser erradicado. Ao mesmo tempo em que outros apresentam crítica contrária, mostrando que a forma de combater o terrorismo é equivocada e muitas vezes se iguala aos próprios terroristas, fazendo do cenário uma bola de neve.

O Grande Herói (Lone Survivor ) - 2013 trouxe um aspecto novo para o tema: ação realística. Claro que existem outros focos como o drama vivido pelos soldados que realização as missões, obedecendo a ordens, pois foram treinados para isso. Também o lado humana, pois apesar de estarem lá no meio do confronto, com a vida em risco, eles tem amizade, família e são felizes.


A história verídica de Marcus Luttrell contada em seu livro de mesmo nome. No fato, os fuzileiros: Dietz (Emile Hirsch), Mickey (Taylor Kitsch), Marcus (Mark Wahlberg) e Axe (Ben Foster), formam a equipe treinada para a missão de capturar o terrorista islâmico Shah, que se encontra escondido nas montanhas do Afeganistão. O início mostra o treinamento pesado, e relação de amizade que forma entre os soltados, especialmente os quatro. Mas a maior parte da história é mesmo focada na missão.

Logo no início da missão se deparam com um problema, uma família nativa os descobre no meio das montanhas, após uma discussão tensa para decidirem o que fazer, Marcus deixa-os seguir. Decisão errada.
Em poucas horas os quatro marines encontram-se cercados por vários soldados talibãs. Muito bem treinados eles sobrevivem como podem, a caçada é incessante. São esses os momentos e realismo absurdo, onde podemos perceber o quão crítico é a situação e como os soldados estadunidenses são bem treinados. Por fim, com esperado, apenas Marcus sobrevive.

Um pequeno detalhe, um ato de bondade, que custou a missão e a vida dos três soldados. Para esses caras é mais crítico do que para cidadãos comuns, mas muitas vezes a vida não permite erros, temos que estar atento há todo tempo para procurarmos acertar sempre nas nossas decisões, mesmo no dia a dia, com coisas teoricamente bobas. Tudo muda nossa vida, algumas radicalmente.


Tecnicamente o filme é excelente, os embates entre os marines e os talibãs são de uma realismos tremendo. A maquiagem é impecável, os ferimentos nos dão noção da dor que estavam sentindo. A atuação dos quatro protagonistas coopera bastante com esse realismo, destaque maior para Wahlberg, principalmente nas cenas finais.


Gostei bastante do filme, pois nos mostra como é essa guerra sem fim que os EUA entraram, e como muitas missões ainda deram errado, sem se quer chegar próximo de exterminar o terror.

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Ela (Her) - 2013

23/07/2014
Nota: 7.5 / 8.1 (IMDB)
Formato: HD

Direção: Spike Jonze
Roteiro: Spike Jonze
Elenco: Joaquin Phoenix (Theodore Twombly), Amy Adams (Amy), Rooney Mara (Catherine), Olivia Wilde (Blind Date), Scarlett Johansson (Samantha), Chris Pratt (Paul), Matt Letscher (Charles), Sam Jaeger (Dr. Johnson), Luka Jones (Mark Lewman), Kristen Wiig (GatinhaSexy), Bill Hader (Amigo na Sala de Chat #2), Spike Jonze (Criança Alienígena), Portia Doubleday (Surrogate Date Isabella), Soko (Isabella), Brian Cox (Alan Watts)

Crítica:
Há um tema bastante exibido nos cinemas: até onde a evolução tecnológica pode ir, e quais serão as consequências dela na humanidade. Na maioria dos filmes vemos as máquinas dominando a humanidade, seja por guerras ou por invadir a sociedade e aos poucos criar sua própria personalidade e se revoltar, alguns exemplos são: The Matrix - 1999, o mais lembrado recentemente; O Exterminador do Futuro (The Terminator) – 1984, o clássico dos anos oitenta, mas que rende sequências até hoje;  Eu, Robô (I, Robot) - 2004, bom filme que exemplifica bem a evolução da personalidade e a revolta para se tornar guerra. Temos também boas animações que se aventuram sobre o tema: WALL·E - 2008 da Disney/Pixar e 9 - A Salvação (9) - 2008. Mas poucas vezes vemos algo do tema relacionado ao gênero romance.

A história de Ela se passa num futuro próximo, onde as redes sociais e tecnologias afins evoluíram num ponto em que todos os humanos vivem conectados em seus celulares, tudo é feito por comando de voz.
Theodore é um escritor deprimido que se encontra perdido após a separação com sua amada esposa. Para se ter uma ideia da relação dos humanos com a tecnologia, ele escreve através de comando de voz, ditando o texto.


Sua vida está monótona, até que adquire um novo sistema operacional para seu aparelho celular. Com uma inteligência artificial altamente evoluída, o software aprende baseado nas respostas que recebe, as entonações de voz, os suspiros e sentimentos são captados por ele. No início Theodore ficar surpreso com a interação que o sistema tem com ele, com uma voz feminina, as conversas fluem naturalmente como se estivesse conversando com uma mulher por telefone. A voz tem o nome de Samantha, em poucos dias Theodore está apaixonado por ela, e assim, começam a namorar. A relação é muito natural, como é uma coisa que está na sociedade, ninguém estranha, então Theodore volta a ter um convívio social, saindo com casais amigos, e todos conversando normalmente com Samantha. O filme se desenvolve a base de diálogos, até o desfecho final.


Na minha visão o que foi apresentado como crítica principal é o fato da tecnologia nos tornar cada vez mais individuais e isolados perante a sociedade. De forma a ficarmos dependentes dela para nos socializar.
Outro fato é a facilidade de adaptação do ser humano para qualquer tipo de situação, e essa é a preocupação do uso da tecnologia. Normalmente a tecnologia vem para facilitar a vida das pessoas, mas na maioria das vezes nos torna preguiçosos e mal acostumados.

Joaquin Phoenix mostra mais uma vez que é um excelente ator. Uma interpretação impecável, onde é possível perceber sua tristeza pela vida que leva até sua surpreendente paixão por um sistema operacional e a mudança de comportamento, com alegria podemos ver em seu rosto a autoestima mudando.
Agora, a voz de Samantha é algo sensacional, Scarlett Johansson, qualquer uma se apaixonaria por essa voz. Com dizer que sua atuação foi ótima, mas isso que aconteceu, qualquer outra voz não daria a sensação que era preciso. Escolha perfeita.



Achei que a história é uma previsão do futuro, e está bem dentro de uma realidade possível. É moderna e nos faz refletir em vários sentidos. Qual será o caminho que a humanidade vai seguir? Ou, para onde a indústria tecnológica vai nos levar? Essa história é uma possibilidade. Mas para se perguntar e logicamente gostar do filme é preciso entrar na história, sem debochar ou ver como impossível. Se colocar no lugar dos personagens, tudo é possível! Sem isso, o filme será bobo e chato.

Tarzan: A Evolução da Lenda (Tarzan) - 2013

20/07/2014
Nota: 6.0 / 4.7 (IMDB)
Formato: HD

Direção: Reinhard Klooss
Roteiro: Reinhard Klooss, Jessica Postigo, Yoni Brenner
Elenco: Kellan Lutz (Tarzan), Craig Garner (Tarzan), Anton Zetterholm (Tarzan), Spencer Locke (Jane Porter), Jaime Ray Newman (Alice Greystoke), Robert Capron (Derek), Mark Deklin (John Greystoke), Joe Cappelletti (William Clayton), Brian Huskey (Smith), Faton Millanaj (Miles)

Crítica:
Existem histórias tão populares que ao longo dos anos aparecem no cinema. Temos Os Três Mosqueteiros de Alexandre Dumas com pelo menos 7 filmes, sendo o último deles Os TrêsMosqueteiros (The Three Musketeers) - 2011, seriados, e até os principais personagens da Disney já fizeram parte dessa história, com Mickey, Donald e Pateta nos papeis principais. Outro exemplo é o personagem Zorro, que tem vários filmes, os mais marcantes: A Máscara do Zorro (The Mask of Zorro) - 1998 e A Lenda do Zorro (The Legend of Zorro) - 2005, ambos com Antônio Banderas como protagonista. Às vezes é confundido com outro personagem: Cavaleiro Solitário, que recentemente foi interpretado por Armie Hammer com protagonista e Johnny Depp com seu amigo índio Tonto, em O Cavaleiro Solitário (The LoneRanger) - 2013.

Outro exemplo recente foi Tarzan: A Evolução da Lenda (Tarzan) - 2013 uma animação alemã, que trouxe novamente a história do homem macaco. Todas as vezes que essas histórias vem à tona torcemos para que seja surpreendente, pois todos sabemos a história tradicional, por isso ficamos esperando algo novo. Novo não quer dizer mudança da história, mas um algo inovador que nos fará apaixonar por ela novamente.
Essa animação tentou, e não conseguiu, há algumas penas mudanças na história, mas nada substancial para nos surpreendermos.


Tudo começa com uma família visitando a selva, o pai é um cientista e estuda alguns acontecimentos nessa local inóspito. O helicóptero acaba caindo o único sobrevivente é Tarzan. Com aproximadamente 7 ou 8 anos, ele é encontrado e criado por uma família de gorilas. O tempo passa e Tarzan já é um adulto, quando encontra amiga antiga, filha de um amigo de seu pai, financiador de suas pesquisas. É Jane, mesmo sem falar a mesmo língua, eles se comunicam e logo se apaixonam. Toda a trama agora envolve Tarzan defendendo a floresta do pai de Jane, e ela entre o amor de seu pai e Tarzan.
Como relatado, a base da história é a mesma. Isso não implica que é ruim, só não tem novidades. Assim, o ponto forte do filme ficou com a captura de movimentos. Os efeitos ficaram ótimos, a forma com Tarzan se movimenta é bastante perfeito.


De qualquer forma, há um aspecto importantíssimo nas boas histórias que são recontadas ao longo dos tempos, semelhando ao que alguém disse uma vez: "A música boa fica, outras são passageiras". Com as histórias é a mesma coisa, e sendo recontada pode atingir as novas gerações.

Por isso digo que vale a pena assistir esse filme com seus filhos. Vão adorar com certeza!

sábado, 11 de outubro de 2014

Círculo de Fogo (Pacific Rim) - 2013

29/06/2014
Nota: 6.5 / 7.1 (IMDB)
Formato: HD

Direção: Guillermo del Toro
Roteiro: Travis Beacham, Guillermo del Toro
Elenco: Charlie Hunnam (Raleigh Becket), Idris Elba (Stacker Pentecost), Rinko Kikuchi (Mako Mori), Charlie Day (Dr. Newton Geiszler), Robert Kazinsky (Chuck Hansen), Max Martini (Herc Hansen), Ron Perlman (Hannibal Chau), Clifton Collins Jr. (Tendo Choi), Diego Klattenhoff (Yancy Becket), Ellen McLain (a Inteligência Artificial dos Jaegers), Robert Maillet (Aleksis Kaidanovsky), Heather Doerksen (Sasha Kaidanovsky), Burn Gorman (Hermann Gottlieb)

Crítica:
Atualmente os críticos de cinema tem tornado a palavra clichê, pejorativa, sempre que um diretor/roteiro utiliza um clichê, perde vários pontos nas avaliações críticas. Temos que separar algumas coisas, existem críticos chatos que vê defeito em tudo, nada está bom, e quando vê um clichê, pronto, o filme é horrível. Ao mesmo tempo, há filmes que se apegam aos clichês para conseguir conduzir a história. Tudo é uma questão de sabedoria, objetivo e público alvo. Um bom filme tem que ter clichês, pois são eles nos aproximam da história. Nós gostamos de finais felizes, gostamos do bem vencendo o mal, do mocinho batendo no vilão.

Por isso eu pergunto e respondo. Qual é o maior mérito de alguns blockbusters fazerem tanto sucesso? Está na habilidade do diretor e roteiristas de inserirem os clichês nos momentos certos, tentando ser o menos repetitivo possível, criando uma trama nova, com tudo que gostamos.


Toda essa introdução serve para confirmar que Guillermo Del Toro acertou no mesmo sentindo na direção de Círculo de Fogo (Pacific Rim) - 2013. Uma história que se analisarmos não tem nada de interessante e parece até boba. Alienígenas gigantes que saem do fundo do oceano pacífico, sem mais explicações, vem para destruir a terra, também sem explicações, assim a humanidade precisa sobreviver e contra-atacar os monstros. Uma homenagem às várias séries japonesas que traziam monstros gigantes, sendo o mais famoso, Godzilla.

A história inicia nos contextualizando a situação que a humanidade vive. Com monstros gigantes saindo do oceano, nomeados de Kaiju, os humanos desenvolvem os Jaegers, robôs gigantes controlados por dois "pilotos" por conexão neural, um controla o lado direito, outro o lado esquerdo. Há anos lutando contra os Kaijus, os humanos tentarão uma última investida e tudo ficará nas mãos dos pilotos Raleigh (Charlie Hunnam) e Mako (Rinko Kikuchi).


A forma como as lutas entre Jeagers e Kaijus são mostradas é um ponto forte, pois como seres gigantescos, a luta é bem lenta, nos dá a impressão correta de peso e tamanho. Os efeitos especiais estão perfeitos, pois em nenhum momento conseguimos perceber diferenças entre humanos e Kaijus.

Cheio de clichês bem elaborados, os heróis lutam e vencem os monstros, tudo com muita ação e pancadaria, do jeito que gostamos. Um bom e divertido filme.

True Detective - 2014 [1ª Temporada]

24/06/2014
Nota: 7.5 / 9.4 (IMDB)
Formado: HD

Direção: Cary Joji Fukunaga
Roteiro: Nic Pizzolatto
Elenco: Matthew McConaughey (Rustin Spencer "Rust" Cohle), Woody Harrelson (Martin Eric "Marty" Hart), Michelle Monaghan (Maggie Hart), Michael Potts (Maynard Gilbough), Tory Kittles (Thomas Papania)

Crítica:
Há alguns anos parecia inconcebível comparar qualquer produção para cinema com uma para TV. Apesar de terem várias séries de altíssima qualidade, com Twin Peaks, nenhuma se comparava em produção e orçamento com filmes para cinema. Acredito que houve dois marcos para a TV: Band of Brothers e Lost. O primeiro é uma obra prima, impecável, ao ponto de superar a maioria das produções cinematográficas, iguala-se facilmente ao Resgate do Soldado Ryan (Saving Private Ryan) - 1998. O segundo também pela produção, mas seu ponto forte foi o poder de prender seus telespectadores com tramas e subtramas bem executadas e com isso, grande audiência.

Hoje podemos dizer que a TV igualou ao cinema, e cada vez mais cinéfilos se curvam às produções televisivas e preferem o sofá de casa à tela grande. Grande parte disso se deve à HBO, em praticamente todas as suas séries temos uma produção excelente e liberdade para os diretores e roteiristas conduzirem a história. Alguns exemplos são: Família Soprano, The Pacific, Generation Kill, Roma, Band of Brothers e Game of Thrones.


True Detective prova tudo que foi dito acima. Para começar, os atores principais são Woody Harrelson e Matthew McConaugheyMcConaughey foi premiado com o Oscar de melhor ator no mesmo ano de estreia da série, provavelmente isso nunca aconteceu antes.  Outro fato pioneiro foi a participação, na criação e direção, de Nic Pizzolatto e Cary Joji Fukunaga, em todos os episódios respectivamente, o que não é normal em séries que normalmente tem vários roteiristas e diretores.

Além disso, a produção é de fazer inveja à vencedores de Oscar. A retração de quase duas décadas em que se passa a série, 1995 à 2012, é impressionante. Várias cenas e diálogos são memoráveis, entram para os melhores os momentos da história cinematográfica. O ritmo do roteiro é perfeito, sabendo ir do drama ao suspense, do suspense à ação, em transições perfeitas.


Voltando à dupla de protagonistas, tenho que admitir que sem eles, talvez, nada do que foi dito seria suficiente para a série ser tão boa quanto é. Harrelson e McConaughey estão em sintonia perfeita, seus personagens são muito bem trabalhados e complexos. Harrelson, que faz um cara mais comum, não precisa se esforçar tanto o tempo todo, mas em algumas cenas percebemos que ela fez a diferença. Seu personagem, Marty, é um bom detetive, mas mais tradicional, possui família e sua prioridade não é só o trabalho, tem dia a dia de um homem comum. O personagem de McConaughey, Rust, é um cara fissurado pelo trabalho, com muitos fantasmas na cabeça, foi casado e separou-se após a morte precoce de sua filha. Por isso, a trama é mais centrada nele, trabalhando suas teorias conspiratórias para desvendar o mistério. Além disso, ele faz vários diálogos filosóficos sobre a complexidade da vida e a conduta social atual, que provavelmente são as melhores passagens da série.

O primeiro episódio nos apresenta à cena do crime que será investigado pelos dois detetives. Dora Lange é assassinada ao que parece um rito satânico, os detetives Marty e Rust são escalados para investigar as causas da morte. Rust se mostra um cara metódico, que anota todos os detalhes e não deixa passar nenhuma possibilidade.


Logo percebemos que as cenas mostradas se tratam do passado e que na verdade os dois detetives estão sendo interrogados, separadamente, sobre a investigação que fizeram, pois há desconfiança dos eventos como foram relatados na época.

Para quem gosta de mistérios, True Detective é perfeito, pois enquanto assistimos é possível ir coletando as provas e pistas encontradas e ir bolando suas próprias conclusões. Em determinado momento, desconfiamos dos próprios detetives, e esse mistério fica até quase dois terços dos episódios, até sermos surpreendidos com a verdade: sobre o resultado real da investigação e sobre o porquê de estarem brigados. Nesse momento o passado chega ao presente, e tudo começa a acontecer bem rápido, até o final espetacular.


O roteiro é muito bem feito, todos os mistérios são resolvidos, tudo tem resposta, e foi interessantíssimo como eles conseguiram manter os mistérios quase até o fim, e quando você acha que tudo foi resolvida, ainda tem mais situações para acontecer.

Assisti poucas séries, mas True Detective está entre as melhores já feitas, tenho certeza. Band of Brothers, The Pacific, Lost ainda tem seu lugar, mas True Detective chegou bem próximo dessas.

Podem assistir, sem medo, vale muito a pena.

Walt nos Bastidores de Mary Poppins (Saving Mr. Banks) - 2013

06/06/2014
Nota: 9.0 / 7.6 (IMDB)
Formato: HD

Direção: John Lee Hancock
Elenco: Emma Thompson, Tom Hanks, Colin Firth, Paul Giamatti, Jason Schwartzman, Bradley Whitford, Annie Rose Buckle, Ruth Wilson, B.J. Novak, Kathy Baker, Rachel Griffiths, Ronan Vibert

Crítica:
Um filme com o título Walt nos Bastidores de Mary só podemos esperar que o protagonista principal fosse Walt Disney, e a história gire em torno da sua participação no filme Mary Poppins. Mas o filme na verdade se chama Saving Mr. Banks, que numa tradução literal seria Salvando Sr. Banks, que mesmo literalmente, é o título mais adequado para história.

Mary Poppins - 1964 é um clássico infantil da Disney, ganhador de 5 Oscares, inclusive para Julie Andrews como melhor atriz. O filme conta a história de uma babá com poderes mágicos, que aparece para cuidar dos filhos de Sr. Banks.

A personagem principal do filme não é Walt Disney, e sim, Pamela Travers escritora do romance infantil Mary Poppins. O roteiro mostras com flashbacks duas histórias distintas, uma é sobre a infância de Travers, a outra é sobre sua relutância em deixar o estúdio Disney adaptar seu livro para o cinema.


O filme inicia mostrando o passado da família Travers e as dificuldades que Pamela viveu em sua infância. Seu pai tinha problemas com bebida, mas ainda assim mantinha um bom emprego como gerente de banco.
No presente, Walt Disney negocia com Travers a compra dos direitos para transformar seu romance em filme. Após vários telefonemas, Disney a convence ir ao estúdio para uma conversa pessoal. 

A relação entre os dois momentos da história está para explicar como Travers se tornou uma mulher amargurada e triste. Sua relação com o pai é bastante explorada, e dessa que molda a personalidade da escritora P.L. Travers.


Logo ao chegar um Los Angeles, Travers mostra seu mau humor em vários momentos, ao tratar com o motorista que vai buscá-la no aeroporto, ao encontrar com Walt e nas negociações do contrato. Travers concorda em assiná-lo, mas somente após sua aprovação do roteiro. Com isso, ela começa a restringir todas as ideias que considera errada na história, seu receio é que os roteiristas transformassem sua personagem em uma boba alegre. 

Seu perfeccionismo fica aflorado, e os roteiristas passam apertado para conseguir agradá-la. Em princípio ela restringe qualquer cena com desenho animado, e também cenas musicais.


Com a história de sua infância entendemos e aprendemos a gostar de seu jeito e de suas motivações, ao mesmo tempo em que acompanhamos a sua aceitação para assinar o contrato, pois a história que escreveu é uma visão sonhada para seu pai. O Sr. Banks da história é a ideia de pai que ela gostaria de ter tido, e Mary Poppins é a babá que cuidou dela na falta do pai.

Para favorecer positivamente e valorizar essa história, temos dois grandes atores nos papéis principais: Tom Hanks como Walt Disney e Emma Thompson como Pamela Travers. Os dois estão excelentes, mas Thompson dá um toque especial em sua interpretação, nos mostrando de forma realística o comportamento de Pamela.

domingo, 14 de setembro de 2014

O Lobo de Wall Street (The Wolf of Wall Street) - 2013

27/05/2014
Nota: 8.0 / 8.4 (IMDB)
Formato: HD

Direção: Martin Scorsese
Roteiro: Terence Winter
Elenco: Leonardo DiCaprio (Jordan Belfort), Jonah Hill (Donnie Azoff (baseado em Danny Porush), Margot Robbie (Naomi Lapaglia), Matthew McConaughey (Mark Hanna), Kyle Chandler (Patrick Denham), Rob Reiner (Max Belfort), Jon Bernthal as Brad Bodnick), Jon Favreau (Manny Riskin), Jean Dujardin (Jean-Jacques Saurel), Cristin Milioti as Teresa Petrillo), Christine Ebersole (Leah Belfort), Shea Whigham (Capitão Ted Beecham), Jake Hoffman (Steve Madden), Katarina Cas (Chantalle Bodnick), P. J. Byrne (Nicky "Rugrat" Koskoff), Kenneth Choi (Chester Ming), Joanna Lumley (Tia Emma), Spike Jonze (Dwayne), Brian Sacca (Robbie Feinberg), Ethan Suplee (Toby Welch), Martin Klebba (Frank Berry), Madison McKinley (Heidi)

Crítica:
O filme conta a história verídica de Jordan Belfort, um ex-corretor de ações de uma empresa de Wall Street, chegou a fazer milhões, mas caiu em um ciclo de fraudes e acabou preso.

Em 1987, Jordan Belfort consegue estabelecer-se como corretor de ações de uma grande empresa. Nela tem suas primeiras experiências com o mundo das ações, mas a empresa quebra no dia da famosa segunda-feira negra, 19 de outubro de 1987, quando aconteceu queda de mais de 22.61% das ações da Bolsa de Valores de Nova Iorque.


Com essa experiência, Belfort passa por uma corretora pequena, lá conhece Donnie Azoff, com quem faz amizade e começa a ganhar seus primeiros milhões de dólares. Percebendo seu potencial, Belfort chama Azoff para montarem sua própria corretora, e assim o fazem. Seu estilo de venda agressivo faz a Stratton Oakmont uma empresa de bilhões, crescendo cada dia mais.

Seus discursos e festas para os funcionários são inflamados e convincentes a ponto de todos realizarem tudo o que for preciso para o trabalho. As festas eram regadas à bebidas, drogas e sexo. Tudo bem extravagante, sexo explícito e até dentro do elevador da empresa.

É incrível como o dinheiro faz as pessoas perderem noção de todas as regras sociais e valores das coisas.
Tudo isso faz Belfort acabar com o primeiro casamento. Casa-se novamente com Naomi LaPaglia, com quem tem um filha. Mas nem isso o faz parar com as orgias e excesso nas drogas.

As coisas começam a ficar ruins quando o FBI começa a investigar Belfort e sua empresa, onde o agente Patrick Denham fica como responsável pelas investigações. Para assegurar seu patrimônio, Belfort abre uma conta bancária na Suíça.


Após dois anos de investigação, Denham prende Belfort durante as filmagens de um comercial. Belfort concorda em usar um fio para reunir provas contra os seus colegas. Mas Denham descobre que Belfort tentou alertar Azoff durante a conversa com bilhete. Agora Belfort resolve dizer tudo ao FBI, levando a mais de 20 prisões dentro da própria Stratton.

Belfort é condenado a três anos de prisão. No fim, ele aparece ensinando técnicas de vendas em palestras na Nova Zelândia.


Por se tratar de acontecimentos verídicos, o filme ganha uma proporção maior para o espectador, ainda mais que os fatos apresentados são extremamente fora da realidade do cotidiano social. Ainda mais que, em minhas pesquisas, descobri que Scorsese amenizou algumas passagens, que coisas piores aconteceram, mas não teve coragem que colocar no filme.

Leonardo DiCaprio atuou, mais uma vez, com excelência. Conseguimos ver em suas expressões a ganância de Belfort. Na cena em tomam uma droga vencida, demonstra todo o seu potencial para atuação. O restando do elenco completa bem o filme, com destaque maior para Jonah Hill, que fez Donnie Azoff.

Reparei algumas pessoas reclamando do tamanho do filme e de cenas desnecessárias, mas acredito que uma história verídica tem que ter todos os fatos importantes para se ter uma biografia completa e verdadeira. Acredito que poderiam cortar alguma cena, mas se tivesse algum fato mais importante para colocar. A história nos prende do início ao fim, nem percebi o tempo que fiquei assistindo.

Entrou para top 5 de DiCaprio e Scorsese, vale a pena assistir.

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Clube de Compras Dallas (Dallas Buyers Club) - 2013


21/04/2014
Nota: 8.0 / 8.0 (IMDB)
Formato: HD

Direção: Jean-Marc Vallée
Roteiro: Craig Borten, Melisa Wallack
Elenco: Matthew McConaughey (Ron Woodroof), Jared Leto (Rayon), Jennifer Garner (Dr. Eve Saks), Dallar Roberts (David Wayne), Lawrence Turner (Larry), Joji Yoshida (Dr. Hiroshi), Jane McNeill (Francine Suskind)

Crítica:
Clube de Compras Dallas conta a história verídica de Ron Woodroof, interpretado por Matthew McConaughey  um eletricista de sociedade tradicional no Texas, que descobre estar com AIDS. Tudo acontece no ano de 1986, quando o HIV ainda era um doença nova e desconhecida. Quando diagnosticado, Ron tenta tratamento em sua cidade, mas não consegue, assim ele começa a pesquisar meios alternativos para combater a doença, o que o leva ao Dr. Vass, um médico americano que, depois de perder sua licença, vai para o norte do México atuar clandestinamente. Vass desenvolve um coquetel que atua no organismo doente melhor que o AZT, pois os efeitos colaterais são mínimos. Assim Ron resolve juntar o útil ao agradável, montar uma mercado clandestino do coquetel, fornecendo aos aidéticos os medicamentos mediante uma fidelização.  Com a ajuda do transexual Rayon, que ficou amigo durante suas internações, eles criam o Clube de Compras Dallas, em que os associados pagam uma taxa de US$ 400 mensais para se tratarem por conta própria.


O filme  também nos apresenta o funcionamento da rede farmacêutica e laboratorial dos EUA, pois na prática o coquetel é comprovadamente mais eficaz que o AZT, mas com não é liberado pelo "Ministério da Saúde" não pode ser comercializado, e os doentes continuam morrendo. Por isso, Ron passa a ser perseguido por agentes federais e conta com a ajuda limitada de uma médica, que realizou seu tratamento no início da sua doença.


Nesse contexto o filme conta a história particular de  Ron Woodroof com todo o pano de fundo do início da descoberta da AIDS.

O valor histórico do filme faz com que alcance um patamar acima de outras produções, pois nem todos sabemos os detalhes dessa época. Os preconceitos eram exagerados, até mesmo Ron, como é mostrado, era homofóbico.


Além do valor histórico, o filme é muito valorizado pela atuação dos atores, Matthew McConaughey e Jared Leto estão muito bem. McConaughey  está tão magro que é difícil reconhecê-lo. Sua atuação nos permite ter a noção do quanto Ron foi determinado sobreviver e usou tudo ao seu alcance para isso, legal ou ilegalmente, moral ou imoral. Leto que faz o tranxessual, tem atuação perfeita, a retratação do seu sofrimento  é muito natural.

Acredito que pela história e pelas atuações vale a pena conferir.

quarta-feira, 23 de julho de 2014

Capitão Phillips (Captain Phillips) - 2013

 26/03/2014
Nota: 9.0 / 8.0 (IMDB)
Formato: HD

Direção: Paul Greengrass
Roteiro: Billy Ray
Elenco: Tom Hanks (Capitão Richard Phillips), Barkhad Abdi (Abduwali Muse), Catherine Keener (Andrea Phillips), Barkhad Abdirahman (Bilal), Faysal Ahmed (Najee), Mahat M. Ali (Elmi), Michael Chernus (Shane Murphy), David Warshofsky (Mike Perry), Corey Johnson (Ken Quinn), Chris Mulkey (John Cronan), Yul Vazquez (Capitão Frank Castellano), Max Martini (Comandante da Navy Seals), Omar Berdouni (Nemo), Mohamed Ali (Asad), Issak Farah Samatar (Hufan)

Crítica:
Em abril de 2009 o navio de cargas Maersk Alabama foi invadido por piratas somalianos na costa da Somália. Seu capitão, Richard Phillips, adotou todos os procedimentos possíveis para recuperar seu navio, mas acabou sequestrado. Essa é a história verídica que o filme Capitão Phillips retrata.

Há uma grande dificuldade em realizar filmes de uma história real, pois o público sabe o final. Por isso, o roteiro e a direção devem criar formas de prender o espectador à história, principalmente quando há suspense ou tensão.

[SPOILERS...] Claramente, desde o início da projeção, percebemos que mesmo sabendo a história, estamos curiosos para ver os detalhes de como aconteceu. Tudo começa tranquilo, com Phillips se preparando para partir, despedindo-se da esposa e recolhendo as últimas instruções para o trabalho. Dentro do navio, faz as conferências, dá as ordens sem muitas delongas e parte para o alto mar.


Ao poucos vamos percebendo que Phillips é um cara extremamente centrado e correto com os procedimentos de segurança. A tripulação passa tranquilidade e certa descontração, mas como sabemos que algo vai acontecer nos faz ficar mais tenso ainda. Tipo: "Ei, tenham atenção, os caras vão chegar a qualquer momento". E quando menos esperamos, Phillips é avisado de que algo estranho no radar. Um barco com piratas vem em direção ao Maersk. Phillips emite o alerta para a tripulação, que toma seus postos para esse tipo de ataque. Com uma estratégia de rádio, simulando uma conversa com a guarda costeira, Phillips consegue afastar os piratas, mas sabe que eles voltarão de qualquer forma.

Em poucos dias os piratas estão de volta, todos os procedimentos adotados não são suficientes para afastá-los e o Maersk Alabama é invadido. Phillips manda a maior parte da tripulação se esconder na sala de máquinas e começa a negociação com o líder dos piratas. Inteligentemente durante as conversar, Phillips e a tripulação vão trabalhando para tentar dominar os sequestradores, até conseguirem pegar o líder deles, assim os piratas aceitam deixar o Maersk, mas quando estão para sair, conseguem levar Phillips como refém.


Maersk Alabama está salvo, mas Phillips se encontra em poder do sequestradores, dentro do que eles chamam de baleeira, um pequeno barco fechado que serve como salva vidas em casos de naufrágio.
Logo os piratas percebem que estão sendo seguidos pelo Maersk e por um navio de guerra da marinha estadunidense. As negociações começam, e a cada dia que passa os piratas ficam mais desesperados, sem suprimentos e acuados pela marinha. A tensão aumenta a cada minuto, Phillips tenta fugir à nado, mas os piratas o capturam novamente.

Até o momento em que os SEALs da marinha, atiradores de elite, são autorizados a se prepararem para execução, pois o comando percebeu que os piratas não cederão e Phillips começava a correr alto risco de vida. Numa estratégia rápida, três dos piratas são mortos, apenas um sai com vida. Phillips é resgatado sem ferimentos, apenas com o desgaste dos vários dias que passou no baleeiro.

O único pirata sobrevivente, Abduwali Muse, foi julgado condenado e se encontra preso nos EUA. [FIMSPOILERS]


Como disse, a história nos prende do início ao fim. Mesmo no início em que tudo está calmo, ficamos tensos, na expectativa da invasão do navio. Depois que os piratas tomam o comando, o filme fica excelente, conseguimos entender cada detalhe da estratégia adotado por Phillips, é como se tudo acontecesse em câmera lenta.

Tom Hanks está muito bem no papel do capitão, conseguir expressar bem a tensão do momento, mas ao mesmo tempo como Phillips era um cara muito preparado para todos os tipos de situações e não perdia a calma de forma alguma, sempre tentando controlar a situação.

Mas dentro das atuações, quem rouba a cena é Barkhad Abdi, que representou o líder dos piratas. Ele é muito convincente, há muito tempo não via uma atuação tão forte, tão verídica.

Lendo algumas entrevistas das pessoas que realmente estiveram no Maersk, percebi algumas controvérsias. Alguns deles dizem que o capitão Phillips poderia ter evitado o sequestro, pois foi avisado de que não eram para navegar por aquelas águas, e ele desobedeceu a ordem. Outros disseram que entendem que cinema não é a vida real, que alguns fatos foram modificados, mas a história central mostrou o que aconteceu com eles.

Particularmente, acredito que todo filme é uma ficção, não há como contar uma história sem alguns exageros ficcionais, pois é isso que o público gosta.

Por fim, Capitão Phillips é um excelente filme, nos prende o início ao fim. Nos faz torcer por Phillips e acreditar que ele é um herói. Vale a pena assistir.

terça-feira, 22 de julho de 2014

Gravidade (Gravity) - 2013

26/03/2014
Nota: 9.0 / 8.1 (IMDB)
Formato: HD

Direção: Alfonso Cuarón
Roteiro: Alfonso Cuarón, Jonás Cuarón
Elenco: Sandra Bullock (Dra. Ryan Stone), George Clooney (Tenente Matt Kowalsky), Ed Harris (Controle da Missão em Houston), Orto Ignatiussen (Aningaaq), Paul Sharma (Shariff Dasari), Amy Warren (capitã da Explorer.), Basher Savage (capitão da Estação Espacial Internacional)

Crítica:
2001: Uma Odisséia no Espaço (2001: A Space Odyssey) - 1968 foi um marco na história do cinema. O realismo científico, efeitos visuais, imagens psicodélicas, e o pouco uso de diálogos, foram surpreendentes para época. Apesar da recepção da crítica não ter sido favorável, hoje é considerado um dos melhores filmes já feitos. 

Então, ao comparar um filme a esse clássico, indica que não é um filme qualquer, e é por isso que Gravidade, no mínimo, está bem acima da média.

O diretor Alfonso Cuarón ficou longe das telas por 7 anos, e pelo que vimos, esse tempo fez muito bem pra ele. Cuarón tem uma filmografia pequena, mas com uma alta qualidade. Além desse, destacam-se Filhos da esperança (Children of Men) - 2006 e Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban (The Prisoner of Azkaban) - 2004. Esse último considerado o melhor da octologia Harry Potter.


Em Gravidade, Cuarón conseguiu nos transportar para o espaço numa realidade incrível, esse é o principal ponto forte do filme. Ficamos tão impressionados com essa realidade que nós faz entrar no filme, sentimos a gravidade e o quão desesperador é a situação das personagens.

[SPOILERS] A história inicia mostrando três astronautas no espaço fazendo ajustes num satélite. A Dra. Ryan Stone é uma engenheira médica em sua primeira missão no espaço. O tenente Matt Kowalsky é um veterano astronauta e comandante da equipe, está em sua última missão e aposentar-se após a expedição Explorer. O terceiro astronauta é Shariff Dasari, um engenheiro de vôo que se encontra à bordo do Explorer. 

Tudo vai bem, com os três conversando descontraidamente, até que o contato com a Terra avisa que a Rússia acabou de destruir um de seus satélites, e que os destroços estão na mesma órbita que eles. Em princípio não entendem como um risco, mas logo percebem que terão problemas, pois a velocidade dos destroços poderá atingi-los.


Tudo acontece muito rápido, os destroços destroem tudo. Dasari morre. Stone e Kowalsky vagam pelo espaço, mas com Kowalsky está com um propulsor, consegue resgatar Stone. 

Nesse contexto é que começa a tensão do filme, com os dois em busca da sobrevivência, e de achar uma forma de voltar para Terra. Falta de oxigênio, naves destruídas, mais destroços, além do drama psicológico que envolve a vida de Ryan, são as dificuldades que eles precisarão enfrentar. [FIM SPOILERS]

Com descrito, a história é bem simples, mas o suspense intenso de cada cena não nos deixa nem piscar, a cada movimento de Ryan achamos que algo ruim está para acontecer. A apreensão é constante.  Junte isso ao visual perfeito, temos um filme excelente.

Li alguns comentários sobre a realidade no espaço, e muitos ex-astronautas disseram que grande parte das cenas são idênticas ao que eles vivenciaram. Alguns detalhes errados foram citados, mas que não comprometem o filme. Um deles é o fato do cabelo da Ryan não sofrer os efeitos da falta de gravidade.


George Clooney, que fez o papel de  Matt Kowalsky, tem boa interpretação, mas Clooney é o tipo de ator que não se adapta aos personagens, por isso cabe aos diretores identificarem que a personagem se enquadra no seu jeito de atuar. E nesse caso, Clooney foi acertadamente escolhido. O seu jeito de dialogar, e sua voz tranquila são essenciais para a composição do filme.

Sandra Bullock não foi a primeira escolha de Cuarón, mas bons diretores tem que ter sorte. Acho que se fosse outra atriz não ficaria tão bom. Para mim, Bullock fez sua melhor atuação até o momento. Soube dosar os momentos dramáticos, os angustiantes e os poucos de alegria. Uma sensação anestésica é passada por ela com grande perfeição, acho que é assim que nosso corpo se comporta percebendo a morte tão perto.

Com certeza assistirei novamente, ainda mais que não assiste em 3D, e mesmo tendo sido convertido na pós-produção, acho que é um filme perfeito para o uso dessa tecnologia.

Filme altamente recomendado!