quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Fargo - Uma Comédia de Erros (Fargo) - 1996


07/10/2012 - 71
Nota: 7.5 / 8.2 (IMDB)
Formato: HD

Direção: Joel Coen, Ethan Coen
Roteiro: Joel Coen, Ethan Coen
Elenco: William H. Macy (Jerry Lundegaard), Frances McDormand (Marge Gunderson), Steve Buscemi (Carl Showalter), Peter Stormare (Gaear Grimsrud), Kristin Rudrüd (Jean Lundegaard), Harve Presnell (Wade Gustafson), Tony Denman (Scotty Lundegaard), Larry Brandenburg (Stan Grossman), John Carroll Lynch (Norm Gunderson), Bruce Bohne (Lou), Steve Park (Mike Yanagita)

Crítica:
Os irmãos Coen vem, ao longo dos anos, produzindo bons filmes de diversos gêneros, a maioria muito bem avaliados pelos críticos e público em geral. O auge veio com “Onde os Fracos Não Tem Vez (2007)”, vencedor três Oscares. Mas já em 1996, com “Fargo”, eles haviam mostrado todo seu potencial, quando ganharam seu primeiro Oscar, na categoria de Melhor Roteiro Original.
Fargo conta a história de um gerente de vendas de uma concessionária, Jerry Lundegaard, que se encontra em dívidas, assim, bola um plano para o sequestro de sua esposa, contando que seu sogro, dono da concessionária, ira desembolsar o resgate. Então, Jerry contrata dois marginais para fazer o sequestro, mas logo no início o plano começa a sair errado, várias mortes acontecem e a polícia é envolvida com a policial Marge Gunderson cuidando do caso. A partir disso, os erros viram uma bola de neve e mais mortes acontecem. Com todo o plano furado, Jerry se vê encurralado e a cada vez que tenta arrumar, mais se atrapalha.
Pra quem acompanha a carreira dos Coen, percebe que esse filme foi precursor de toda a sua filmografia. Percebemos claramente em “Queime Depois de Ler (2008)” e “Onde os Fracos Não Têm Vez (2007)” várias semelhanças com “Fargo”, seja de roteiro ou no próprio jeito de filmar.
Realmente o roteiro foi muito bem escrito, a história se fecha e apesar das várias coincidências - uma marca constante dos Coen - não vi furos. As atuações são boas, pois é o tipo de filme que não se exigem muito, mas em vários closes nos atores, pudemos ver o semblante e os trejeitos que nos convencem do desespero e da loucura de algumas situações.
A estupidez humana é o foco da mensagem do filme. É inacreditável o tanto de vezes que assistimos isso na vida real. Temos uma virtude que nenhum outro animal tem: inteligência, mas que muitas vezes não é usada para nada, na verdade, é usada para fazer a imoralidade, sem o menor peso na consciência. Sendo muitas vezes, com coisas pequenas, como furar um fila. Somos criados para levar vantagem, para sermos espertos, independente de ser certo ou errado. E no exagero da estupidez, nos vemos nos matando por coisas fúteis.
Cada vez mais os seres humanos são movidos pela ideologia do capitalismo, fazendo de tudo para se dar bem, conseguir mais e mais dinheiro, seja por ganância ou pelo simples fato do próprio capitalismo criar a situação.
Se cada um fizesse sua parte, tudo poderia começar a melhorar, temos que tentar em primeiro lugar sermos honestos consigo mesmo, esse pode ser o inicio de um caminho melhor.
Minha crítica extrapolou um pouco sobre a estupidez que o filme mostra, mas é essa a linha de pensamento. É um ótimo filme. Recomendo.