segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Thor - O Mundo Sombrio (Thor: The Dark World) - 2013

04/02/2015
Nota: 7.0 / 7.2 (IMDB)
Formato: HD 3D

Direção: Alan Taylor
Roteiro: Christopher Yost, Christopher Markus, Stephen McFeely, Don Payne, Robert Rodat
Elenco: Chris Hemsworth (Thor Odinson), Natalie Portman (Jane Foster), Tom Hiddleston (Loki Laufeyson / Loki), Anthony Hopkins (Odin), Christopher Eccleston (Malekith), Idris Elba (Heimdall), Kyle Jacobs (Bastyan), Kat Dennings (Darcy Lewis), Jonathan Howard (Ian Boothby), Stellan Skarsgård (Dr. Erik Selvig), Ray Stevenson (Volstagg), Clive Russell (Tyr Odinson), Zachary Levi (Fandral), Jaimie Alexander (Sif), Tadanobu Asano (Hogun), Alice Krige (Eir), Adewale Akinnuoye-Agbaje (Kurse, o Elfo Negro / Algrim, o Forte), Richard Brake (Capitão dos Einherjar), Rene Russo (Frigga), Chris Evans (Steve Rogers / Capitão América), Chris O'Dowd (Richard)


Crítica:
O que a Marvel Studios vem fazendo para o cinema é algo invejável, por isso agradeçam por estarem acompanhando essa fase histórica de Hollywood. Num futuro próxima, essa fase terá um título com os quadrinhos: fase de prata, fase de ouro etc. E não existe nada de especial, o estúdio está apenas traspondo os quadrinhos para nossa realidade, sem perder a essência de aventura e diversão das HQs.

No segundo filme do Thor, a aventura pouco fica na Terra, mostrando mais de Asgard e outros reinos ao seu redor. Isso demonstra o quanto estão procurando respeitar as histórias em quadrinho, por isso o resultado é bem melhor que o primeiro Thor - 2011. O drama e ação estão bem mais concisos, deixando mais claro a representatividade dos asgardianos e os terráqueos.


A trama começa depois de os eventos de Os Vingadores (The Avengers) - 2012, Loki se encontra preso em Asgard. Tudo parece bem, Asgard se prepara para coroar um novo rei, enquanto uma última batalha é realizada para trazer paz aos Os Nove Reinos. Até que uma nova ameaça surge, Malekth, o rei dos Elfos Negro, antiga raça que foi derrotada por Asgard, nos tempos em que Bor, avô de Thor, era o rei.

Na Terra Jane, que não vê Thor desde os eventos do primeiro filme, encontra uma fábrica abandonada onde as leis da física ficam irregulares em alguns pontos. Jane acaba sugada por um portal e é levada para o local onde um objeto chamado Éter foi guardado por milhares de anos por Bor. Esse objeto entra corpo de Jane e lhe poderes mais forte que um ser humano comum.


Heimdall conta a Thor que Jane sumiu da Terra, assim, faz uma busca por ela, quando a encontra, percebe ela está com uma força incomum, ele decide levá-la para Asgard. Odin revela que a situação de Jane faz parte de uma antiga profecia, que os Nove Reinos serão alinhados, e desse alinhamento portais serão abertos, como na fábrica.

Malekith e seu exército, vão em busca do Éter, atacam Asgard e matam a mãe do Thor. Odin ordena que seu filho permaneça em Asgard para proteger o reino. Mas após o funeral de sua mãe, Thor decide levar Jane para longe de Asgard para que Malekith não ataque o reino novamente.


Numa inesperada situação, Thor convence Loki ajudá-lo, oferecendo-o uma chance de vingar a morte de sua mãe adotiva. Os dois fogem com Jane em uma das naves dos Elfos e chegam ao mundo sombrio e encontram Malekith e Algrim. No confronto Loki apunhala Thor e entrega Jane a Malekith, mas tudo fazia parte do plano de Thor, para enganar Malekith e impedi-lo de se apoderar do Éter. Loki e Algrim se enfrentam, o segundo consegue acertar o primeiro, mas antes de morrer, Loki consegui explodir Algrim com um granada. Malekith acaba conseguindo, se apoderar do Éter. Thor e Jane conseguem fugir e vão à Terra através de um portal de outro portal.

Coincidentemente é em Londres que os nove planetas vão se convergir, e é para lá que Malekith vai, pois pretende usar o poder do Éter para destruir o Universo e fazê-lo voltar a ser pura escuridão. Thor e Malekith se enfrentam, enquanto Jane e seus amigos tentam fechar os portais com seus equipamentos científicos. Por fim, conseguem enviar Malekith ao portal do mundo sombrio, que aparentemente morre ao ser esmagado pela própria nave.

Em Asgard, Thor aparece conversando com seu pai Odin, recusa ser rei, dizendo que prefere continuar ajudando o reina nas batalhas que poderão surgir, mas não era Odin e sim, Loki utilizando seus poderes para enganar Thor e se apoderou do trono.


Como todo filme da Marvel o roteiro não é o forte, mas a diversão e os efeitos especiais são privilegiados. Thor: Mundo Sombrio segue a mesma fórmula, o roteiro é justamente o ponto fraco do filme, trazendo algumas coincidências absurdas, principalmente as que envolvem Jane, magicamente tudo acontece com ela, só para ser inserida na história.

Nesse não temos um vilão com os mesmos poderes do herói, mas suas motivações para fazer o mal não são estruturadas, a ideia é muito grande, devolver a escuridão ao universo, Porquê? Para quê? Se é algo tão grande assim, os Vingadores deveriam ser envolvidos.

Mas como disse nada disse prejudica a diversão, e quem sabe o próximo será melhor que esse segundo. Potencial tem.

Os Suspeitos (Prisoners) - 2013

04/02/2015
Nota: 7.5 / 8.1 (IMDB)
Formato: HD

Direção: Denis Villeneuve
Roteiro: Aaron Guzikowski
Elenco: Hugh Jackman (Keller Dover), Jake Gyllenhaal (Detetive Loki), Viola Davis (Nancy Birch), Maria Bello (Grace Dover), Terrence Howard (Franklin Birch), Melissa Leo (Holly Jones), Paul Dano (Alex Jones), Dylan Minnette (Ralph Dover), Zoe Borde (Eliza Birch), Erin Gerasimovich (Anna Dover), Kyla Drew Simmons (Joy Birch), Wayne Duvall (Capitão Richard O'Malley), Len Cariou (Padre Patrick Dunn), David Dastmalchian (Bob Taylor), Jeff Pope (Elliot Milland)

Crítica:
Thriller investigativo é muito abordado em filmes, temos alguns bons exemplos como: O Silêncio dos Inocentes (The Silence Of The Lambs) -1991, Se7en - Os Sete Crimes Capitais (Seven) - 1995 e Zodíaco (Zodiac) - 2007. Os Suspeitos (Prisoners) - 2013 segue exatamente esse estilo, e não deixa nada a desejar para os citados.

Na trama acompanhamos Keller Dove, pai de uma família comum dos EUA, que tem boa amizade com a vizinhança, principalmente com a família de Franklin Birch. Em um dos encontros festivos das duas famílias, uma tragédia acontece, as filhas de seis anos das duas famílias desaparecem misteriosamente. Dove e Birch tentam encontra-las de qualquer maneira, enquanto a polícia está a caminho. O jovem detetive Loki é encarregado de investigar o desaparecimento, sem nenhuma pista, ele precisará buscar alguma dica que leva ao sequestrador e enfrentar o desespero e ansiedades de Dove.


Sabendo que a vida de sua filha está em perigo, Dover decide fazer sua própria investigação, no entanto suas emoções influenciarão na busca por suspeitos. O primeiro suspeito preso, Alex Jones, é pego dirigindo um trailer em frente à casa onde aconteceu o sequestro. Mas por falta de provas é solto. 

O desaparecimento vai tomando rumos perturbadores, principalmente pela investigação pessoal de Dove, enlouquecido na ânsia por trazer sua filha de volta ao lar, mesmo sendo um homem religioso, e seguidor da palavra de Deus, ele sequestra Jones, para arrancar uma confissão, e para isso usa a tortura com método. Além disso, vai à casa onde Jones mora com sua tia, Holly Jones, para interrogá-la, mas ainda assim, apesar de ser o principal suspeito, Dove não tem provas reais de Jones é o sequestrador, nessa altura, possível assassino.


Nessas cenas é que o roteiro nos coloca em conflito com a trama, Dove fica cada vez mais transtornado, e ao mesmo tempo "cego" para realizar uma investigação com parcialidade. A pergunta que nos vem à cabeça é: Até onde vamos para salvar nossos filhos? Esse dilema é bem exposto quando Dove mostra a Birch o que estava fazendo e pede ajuda para continuar. Dove sem nenhum receio e Birch procurando respeitar o senso comum e a moral.

Enquanto isso o detetive Loki se divide entre coletar provas concretas e vigiar Dove, para que não cometa nenhuma loucura.

São quase duas horas e meia bem intensas, o desenvolvimento dos personagens é bem valorizado, com Jackman e Gyllenhaal realizando um excelente trabalho. As mães das desaparecidas tem papeis secundários, tanto Viola Davis quanto Melissa Leo são pouco exigidas, mas quando aparecem não desapontam.


O roteiro respeita nossa inteligência, nenhuma pista é jogada para nos enganar, são concretas e vamos descobrindo o mistério juntamente com os personagens.

Mas é a frase final da esposa de Dover, Grace, que resume bem qual era a mensagem do filme: "Meu marido fez tudo o que era necessário. Graças a Deus. Ele é um homem bom”. Nesse momento Loki não emite um som se quer. O silêncio dele nos faz refletir, sobre as interpretações que os homens fazem em nome de Deus, muitas vezes transformando a mentira em verdade, para construírem a sua própria opinião do que é certo e do que é errado. E pior, alguns ainda tentam nos convencer de sua verdade mentirosa.

Sem Limites (Limitless) - 2011


03/02/2015
Nota: 7.0 / 7.4 (IMDB)
Formato: HD

Direção: Neil Burger
Elenco: Bradley Cooper (Eddie Morra), Robert De Niro (Carl Van Loon), Abbie Cornish (Lindy), Anna Friel (Melissa), Jennifer Butler (Mulher dos negócios), Johnny Whitworth (Vernon Gant), Robert John Burke (Pierce), Tomas Arana (Tan Coat), T.V. Carpio (Valerie), Patricia Kalember (Sra. Atwood)

Crítica:
Depois de assistir Lucy - 2014 e ler algumas críticas, descobri que não havia assistido Sem Limites. Os dois filmes compartilham a mesma premissa: o ser humano atingir a utilização além da capacidade do cérebro.

Com expus na crítica de Lucy - 2014, o mito dos 10% do cérebro foi desmistificada há anos, mas ainda continua valendo para as ficções Hollywoodianas.

Eddie Morra é um escritor que está naquelas fases de pouca inspiração, mora num apartamento imundo em Chinatown, além de não ter dinheiro para nada, também perde sua namorada. Mas sua vida está prestes a ter uma reviravolta quando, por acaso, encontra seu ex-cunhado, que lhe oferece a solução para os seus problemas, uma droga em fase de testes chamada NZT. Essa droga oferece ao seu usuário acesso total ao cérebro, inteligência infinita.


Como sua vida estava um lixo, Eddie não pensa duas vezes, e acaba experimentando a novidade. Quando o NZT começa a fazer efeito, ele muda completamente. Logo percebe que consegue acessar detalhes de lembranças guardadas em seu cérebro. Em questão de minutos ele sabe tudo sobre direito, mercado financeiro, e começa a ganhar bastante dinheiro. O livro que escrevia sem inspiração sai do zero e em questão de horas está praticamente pronto.  Ao ouvir novos idiomas passa a ficar fluente na língua.

Quando vai atrás de Vernon à procura de mais NZT, encontra-o morto em seu apartamento. Então Eddie procura por mais droga, acha um pacote da droga e dinheiro.


Com mais NZT Eddie consegue um novo emprego na empresa de um influente homem de negócios, Carl Van Loon. Além disso volta com sua namorada Lindy. Ele enriquece rapidamente, mas logo vem as consequências do poder, fama e os efeitos colaterais da droga, pode matá-lo caso corte o consumo rapidamente. Além disso, Eddie passa a ser perseguido por um agiota, que lhe emprestou dinheiro para conseguir o capital inicial para ascensão no mundo dos negócios e para suas jogatinas.
Esse é o contexto geral da história, agora Eddie tem que lidar com todas consequências que uma droga traz, mesmo essa que tem um benéfico surreal.

Um dos acertos do roteiro e direção, foram os elementos gráficos desenvolvidos, ao tomar a pílula com droga a imagem passa de uma tonalidade azul fria, para um vermelho quente. Além disso, toda a história é bem construída e as atuações são boas o bastante para não comprometer o filme.


A diferença básica entre esse filme e Lucy - 2014, é que esse é uma ficção com os pés no chão, trazendo para o espectador uma ficção possível no futuro, Lucy - 2014 é completamente fora da nossa realidade, isso não quer dizer que é ruim, é apenas uma distinção das duas histórias.

Sem Limites é um filme acima da média, só de nos fazer pensar nas possibilidades de ter esse "poder", inteligência infinita, torna-o merecedor de ser assistido.

Ninfomaníaca: Volume 2 (Nymphomaniac: Vol. 2) - 2013

03/02/2015
Nota: 7.0 / 6.7 (IMDB)
Formato: HD

DireçãoLars von Trier
RoteiroLars von Trier
ElencoCharlotte Gainsbourg (Joe 35-50), Stacy Martin (young Joe 15-31), Stellan Skarsgård (Seligman), Shia LaBeouf (Jerôme Morris), Christian Slater (Joe's father),Jamie Bell (K), Uma Thurman (Mrs. H), Willem Dafoe (L), Mia Goth (P), Sophie Kennedy Clark (B), Connie Nielsen (Katherine (Joe's mother)), Michaël Pas (Older Jerôme), Jean-Marc Barr (the Debtor Gentleman), Udo Kier (The Waiter), Shanti Roney (Tobias (Interpreter)), Laura Christensen (Babysitter), Caroline Goodall (Psychologist), Kate Ashfield (Therapist), Tania Carlin (Renée), Daniela Lebang (Brunelda), Omar Shargawi (Thug 1), Marcus Jakovljevic (Thug 2), Severin von Hoensbroech (Debtor in greenhouse)


Crítica:

Parte 2


Depois de assistir a primeira parte, entendemos o porquê de Lars von Trier separar seu filme em duas partes. Foi apenas para conseguir contar toda a história que queria, sem ser cansativo, pois os dois filmes juntos devem ter em torno de quatro horas, isso com os cortes realizados.

A segunda parte narra a vida adulta de Joe até o ponto em que o primeiro filme começa. Na fase adulta, seu vício não é mais uma brincadeira, passa a ser uma necessidade, por isso, cada vez mais se afunda na podridão da sociedade. Sujeita-se a todo tipo de situação, sem ter sentimentos, medo, raiva, dó, desespero, nada disso passa por Joe. Ela simplesmente segue os instintos que seu vício lhe impõe.


Dentro de toda narrativa, desde o primeiro filme, entendemos um pouco de quem é Seligman. Um cara que viveu a vida para religião, sem mulheres, também tem seus fantasmas e na medida que Joe narra a história, percebemos que ele também é um ser humano com problemas, frustações etc.

O drama de Joe piora cada vez mais, mas até então a única prejudicada é ela mesmo. Até que fica grávida, a partir daí ficamos ainda mais chocados. O filho não impede Joe de seguir os instintos de eu vício, chagando ao ponto de larga-lo sozinho para participar de sessões sadomasoquistas. É incrível o tanto que muda nossa perspectiva quando uma criança é envolvida em qualquer conflito.


A narrativa se desenvolve mostrando o lado negro da hipertextualidade até chegarmos ao ponto de início. Quando Joe termina a história, Seligman está psicologicamente envolvido com ela. As últimas cenas von Trier deixa claro que queria nos mostrar algo além do desejo sexual hiperativo, pois, em minha opinião, todos nós temos diferentes problemas, desvios de comportamento, ou até vícios ocultos, uns mais outro menos, uns expositivos outros introspectivos. 

Muitos ficaram sem entender o final, mas o ato final vai muito além da ação em si. Para humanidade há muitos mistérios, muitos deles explicados por Deus. A ciência tenta há milhares de anos explicar a imensidão do universo ou de onde viemos, para as religiões não há explicação, há Deus. Mas Lars expõe um dos mistérios que ninguém consegue explicar, o cérebro humano.

quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Ninfomaníaca: Volume 1 (Nymphomaniac: Vol. 1) - 2013

03/02/2015
Nota: 7.0 / 7.1 (IMDB)
Formato: HD

Direção: Lars von Trier
RoteiroLars von Trier
Elenco: Charlotte Gainsbourg (Joe 35-50), Stacy Martin (young Joe 15-31), Stellan Skarsgård (Seligman), Shia LaBeouf (Jerôme Morris), Christian Slater (Joe's father), Jamie Bell (K), Uma Thurman (Mrs. H), Willem Dafoe (L), Mia Goth (P), Sophie Kennedy Clark (B), Connie Nielsen (Katherine Joe's mother), Michaël Pas (Older Jerôme), Jean-Marc Barr (the Debtor Gentleman), Udo Kier (The Waiter), Maja Arsovic (Joe 7 years), Sofie Kasten (B 10 years), Ananya Berg (Joe 10 years), James Northcote (Young Lad 1 on Train), Charlie G. Hawkins (Young Lad 2 on Train), Jens Albinus (S), Felicity Gilbert (Liz), Jesper Christensen (Jerôme's Uncle), Hugo Speer (Mr. H), Cyron Melville (Andy A), Saskia Reeves (Nurse), Nicolas Bro (F), Christian Gade Bjerrum (G)


Crítica:

Parte 1

Em primeiro lugar a duologia Ninfomaníaca não são filmes pornô, na verdade passa longe disso. Ninfomania ou hipersexualidade é nome dado ao vício desenvolvido em mulheres por ter apetite sexual excessivo a ponto de causar prejuízos à vida pessoal.

O filme narra a vida de Joe, uma mulher com hipersexualidade desde a infância. Qualquer tipo de vício traz males, normalmente irreversíveis para a vida das pessoas, sejam eles por drogas, álcool, jogo ou sexo.


A história foi dividida em dois filmes o primeiro começa com Joe sendo achada largada e bastante machucada em um beco por um homem mais velho, Seligman, que lhe ajuda e a leva para sua casa, onde possa deitar-se e recuperar dos ferimentos. Quando acorda, os dois começa a conversar até que Seligman pergunta sobre detalhes da vida de Joe, que resolve contar com tudo aconteceu para que chegasse àquele ponto. Assim, inicia a narração das suas aventuras sexuais da infância/adolescência até a vida adulta.

No início tudo parecia brincadeira, vivia uma vida quase normal, estudos, frequentava escola, tinha amigas. Uma das cenas marcantes acontece quando ela e mais uma amiga fazem uma aposta: vão fazer uma viagem de trem e quem conseguir transar com mais homens até o fim da viagem ganha um saco de balas.


O sexo é bem explícito, sem mostrar diretamente o ato, pois como a história é impactante e dramática, essa explicitude fica em segundo plano, e passamos a focar no ser humano. Nossos pensamentos vão às possibilidades de uma pessoa chegar a tal ponto, de fazer qualquer coisa para saciar seu apetite sexual.

Lars von Trier mais uma consegue nos chocar, ele é mestre nisso, em expor a verdade nua e crua, da forma que nos traz à realidade das nossas vidas, mostrando que as situações são reais, e o quanto a cabeça do ser humano é uma incógnita, para nós leigos e para a ciência.

Quem for esperando um filme sexual, nem precisa começar a assistir, pois as cenas não causam excitação, e sim, ojeriza e muitas vezes nojo.

Continua... Ninfomaníaca: Volume 2 (Nymphomaniac: Vol. II) - 2013

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Lucy - 2014

29/01/2015
Nota: 6.5 / 6.4 (IMDB)
Formato: HD

Direção: Luc Besson
RoteiroLuc Besson
Elenco: Scarlett Johansson (Lucy), Morgan Freeman (Professor Samuel Norman), Choi Min-sik (Jang), Amr Waked (Del Rio), Pilou Asbaek, Mason Lee, Analeigh Tipton, Frédéric Chau, Claire Tran, Christophe Tek, Jan Oliver Schroeder, Yvonne Gradelet, Paul Chan, Michél Raingeval

Crítica:
Antes de mais nada é importante frisar que Lucy não é um filme de super-herói, quem assistiu com pensando nisso, provavelmente não gostou do filme. Para quem ainda vai assistir, tire isso da cabeça.
Temos muita ação, e a personagem principal adquire poderes, que utiliza apenas para seus próprios fins, em nenhum momento a trama tem uma ameaça mundial, ou algo do tipo.

Mais uma observação, a exploração cientifica é absurda, mas tão bem trabalha que acreditamos que a ciência tem explicações reais para cada fator dos poderes de Lucy. Por isso, precisei pesquisar sobre o assunto e ler algumas críticas. Tudo não passa de ficção científica pura, procurando exagerar alguns mitos que a ciência ainda tem.

Um deles se trata da nossa capacidade de utilização do cérebro. Há o mito de que utilizamos apenas 10% do cérebro, mas já foi provado que não é verdade. Além disso, temos alguns pontos na física quântica que podem ser utilizados para explicação de algumas teorias do filme, mesmo que seja uma ficção, vale o esforço para comparação com as teses científicas reais.


[SPOILERS] Lucy é uma mulher comum que se mudou para estudar em Taiwan. Um dia Lucy se encontra com o namora, que a pede para entregar uma mala para um homem chamado Sr. Jang. Lucy entrega a maleta sem saber o conteúdo dentro dela, mas seu namorado é morto a tiros, e capturada. Assim, descobre que o conteúdo da maleta era uma nova droga sintética chamada CPH4 e agora ela fara o trabalho de transporte da droga para o chefe da máfia, o homem dono da maleta. A droga é implantada cirurgicamente em seu abdômen e em mais outras três "mulas" que também vão transportar a droga para a Europa.

Um dos capangas de seu raptor tenta estuprá-la, mas Lucy reage e o homem lhe dá socos e chuta seu abdômen quando está no chão. Após vários chutes, o saco contendo a droga se rasgar e libera uma grande quantidade da droga no corpo de Lucy. A overdose lhe dá gradativamente capacidades físicas e mentais cada vez mais elevadas, como: telepatia, telecinese, eletrocinese, absorver conhecimento instantaneamente, optar por não sentir dor ou outros desconfortos físicos ou emocionais. Tudo isso devido ao fato de aumentar sua utilização do cérebro, que a cada hora aumenta a porcentagem. Com os poderes ela mata seus raptores e foge.


Em seu apartamento, Lucy começa a pesquisar na internet sobre CPH4 e acaba descobrindo o cientista e médico conhecido como Prof. Samuel Norman (Morgan Freeman), cuja pesquisa pode ser a chave para salvá-la.

A trama se desenrola com Lucy sendo perseguida, ao mesmo tempo que procura encontrar as outras três "mulas". Após vencer vários de seus inimigos utilizando sua mente e poderes, Lucy chega ao laboratório da universidade onde Norman trabalha. Os dois discutem sobre a natureza do tempo, humanidade e diversos assuntos que Lucy aprendeu instantaneamente durante a sua trajetória. E assim decidem por injetar mais dosagens da droga e acelerar o processo de acesso ao cérebro. 


Nesse momento é que a história entra de cabeça na ficção. Lucy se transforma em uma massa preta, como se fosse uma gelatina maleável. Aos pouco começa a envolver os computadores e outros objetos do laboratório. Seu objetivo é transforma-los em um supercomputador, para armazenar o conhecimento do universo. Assim, ela busca no passado todas as informações da humanidade, e acaba encontrando "Lucy", a ancestral mais antiga da humanidade, as duas se tocam. 

No presente Sr. Jang invade o laboratório para matar Lucy, ele atira, mas ela atinge os 100% de acesso ao cérebro e desaparece. O agente da polícia mata Jang, e o professor Norman recebe um pen drive preto, lhe dado pelo supercomputador criado pelo corpo de Lucy. As últimas palavras de Lucy, são: "EU ESTOU EM TODA PARTE", em mensagem enviada para o telefone do agente Del Rio, e sua voz diz no final: "A vida nos foi dada um bilhão de anos atrás. Agora você sabe o que fazer com ela." [FIM SPOILERS]


Scarlett Johansson tem ótima atuação como Lucy, a importante transição de uma mulher comum até um ser humano com capacidades extremas, é muito bem interpretada, a diferença é visível e eficaz.

Para gostar do filme basta entrar na história, lembrar que é uma ficção imaginar como é ter poderes desse porte. Alguns críticos realizaram comparações e classificaram Lucy como a primeiro ou segunda personagem mais poderosas já criada. Acho que o conhecimento técnico científico é interessante para identificar todos os pontos em a realidade se transforma em ficção e onde o roteiro se inspira na física quântica.

Gostei do filme, principalmente por ser bem direto, não tem enrolação, toda a história é contada em apenas 89 minutos, tudo bem objetivo.

sábado, 5 de setembro de 2015

Corações de Ferro (Fury) - 2014

26/01/2015
Nota: 8.5 / 7.8 (IMDB)
Formato: HD

Direção: David Ayer
Roteiro: David Ayer
Elenco: Brad Pitt (Don "Wardaddy" Collier), Logan Lerman (Norman "Machine" Ellison), Shia LaBeouf (Boyd "Bible" Swan), Michael Peña (Trini "Gordo" Garcia), Jon Bernthal (Grady "Coon-Ass" Travis), Jason Isaacs ("Old Man" Waggoner), Scott Eastwood (Miles), Xavier Samuel (Parker), Brad William Henke (Sgt. Davis), Anamaria Marinca (Irma), Alicia von Rittberg (Emma), Kevin Vance as Sgt. Peterson), Branko Tomovic (German Corporal), Iain Garrett (Sgt. Foster), Eugenia Kuzmina (Hilda Meier), Stella Stocker (Edith




Crítica:
Ao longo dos anos vários filmes sobre as grandes guerras foram realizados, especialmente sobre a segunda. Esse fato histórico dá aos cineastas vários momentos que podem ser explorados no cinema, sendo uma fonte interminável de histórias, muitas deles já contadas.  Temos vários filmes aclamados pelas críticas e hoje considerados clássicos do gênero. O Resgate do Soldado Ryan (Saving Private Ryan) - 1998, A Lista de Schindler (Schindler's List) - 1993, O Pianista (The Pianist) - 2002.  Além disso, abre a possibilidade de criações ficcionais dos fatos, como o recente e excelente Bastardos Inglórios (Inglourious Basterds) - 2009 de Quentin Tarantino.

Corações de Ferro (Fury) - 2014 também é uma história fictícia da segunda guerra mundial, nela acompanhamos um grupo de soldados, que fazem parte da tropa de tangues de guerra. O seu tangue dá o nome original ao filme, Fury.


[SPOILER] No enredo Fury é um dos poucos que sobrou do pelotão de tanques de guerra, assim suas missões são bem específicas. A próxima será abrir caminho para as tropas aliadas chegarem a Berlim. No comando da equipe temos o Sangrento Wardaddy (Brad Pitt), seus comandados são os soldados: Bible (Shia LaBeouf), Grady “Coon-Ass” (Jon Bernthal), Gordo (Michael Peña) e o novato Norman (Logan Lerman).

Poucos filmes são realísticos o bastante para mostrar a realidade das guerras. Amigos morrendo ao seu lado, ou ficando sem uma parte do corpo. Todo o drama individual de saber que há qualquer momento será sua vez de morrer. Esse tipo de realidade é mostrado com perfeição nas minisséries Band Of Brothers - 2001 e The Pacific - 2010, mas num filme com menos tempo que as minisséries, essa realidade fica comprometido. De qualquer forma, esse é um ponto forte de Corações de Ferro (Fury) - 2014, dentro da visão dos cinco personagens principais, acompanhamos o drama pessoal de cada um. Como a guerra afeta cada um, na medida em que vamos conhecendo mais o personagem. Isso também é um ponto positivo no roteiro, que trabalha muito bem o aprofundamento de cada um dos tripulantes do Fury. Todos são muito bem desenvolvidos.


O único porem do filme vem no terceiro ato, quando a equipe do Sangrento Wardaddy precisa tomar a decisão de lutar ou fugir, os motivos são totalmente clichês e fora da realidade. Tinha outras formas de se fazer a mesma cena tornando-a mais realística, mas provavelmente sem tentar conseguir emocionar o expectador. Como em Hollywood quase sempre preferem o padrão, essa é a única cena ruim do filme. Mas de forma algum atrapalha o filme consideravelmente, pois a batalha de que se segue é espetacular e muito realística. [FIM SPOLILER]


As atuações contribuem em todo o filme, destaque maior para Brad Pitt, que mostra um sargento com deve ser, duro, mas fiel e companheiro quando necessário. Bom destaque também para Logan Lerman que faz um soldado inexperiente, e convence como tal.

Não é uma obra prima do gênero, mas é um bom filme de guerra, com todos aspectos e realidade acima do normal. Vale a pena assisti-lo.

terça-feira, 7 de julho de 2015

A Culpa é das Estrelas (The Fault in Our Stars) - 2014

24/01/2015
Nota: 7.0 / 8.0 (IMDB)
Formato: HD

Direção: Josh Boone
Roteiro: Scott Neustadter, Michael H. Weber
Elenco: Shailene Woodley (Hazel Grace Lancaster), Lily Kenna (jovem Hazel Grace Lancaster), Ansel Elgort (Augustus Waters), Nat Wolff (Isaac), Laura Dern (Frannie Lancaster), Sam Trammell (Michael Lancaster), Willem Dafoe (Peter van Houten), Lotte Verbeek (Lidewij Vliegenthart), Mike Birbiglia (Patrick)

Crítica:
Romances adolescentes estão em alta na mídia escrita, vários livros vêm sendo lançados, autores como John Green escrevem quase um livro por ano. Para isso, os autores tem uma fórmula bem conhecida de todos, muda-se o contexto, mas o padrão de escrita é o mesmo. Essa crítica é combatida pelo gosto do público, sabemos dessa fórmula e gostamos assim mesmo, queremos ela. Claro que inovações são sempre bem vindas e é preciso.

Se um livro vende bem, Hollywood está atenta a todos eles, pois se faz milhares de dólares, o filme fará milhões ou bilhões. E assim aconteceu com o romance “A Culpa é das Estrelas”, apesar de ser uma história com todos os clichês e a mesma fórmula de sempre, como dito, o livro atingiu o número 1 na lista de best-sellers da Amazon.com e Barnes & Noble em junho de 2012.


É sempre difícil transpor uma história da mídia literária para o cinema, cada um tem sua imaginação dos personagens, e conseguir atender as expectativas dos fãs é sempre complicado. Mas o filme A Culpa é das Estrelas começou muito bem quando os roteiristas Scott Neustadter e Michael H. Weber foram contratados, basta assistir 500 Dias com Ela (500 Days of Summer) - 2009 para descobrir que a escolha foi acertada.

No enredo acompanhamos uma adolescente de 17 anos que sofre de câncer em estado avançado. Hazel Grace está naquela fase de que desistiu da vida, nada mais a motiva, até conhecer Augustus Waters nos encontros de pessoas com câncer. Waters é um garoto de 18 anos que além câncer tem parte da perna direita amputada, mas sua doença está regredindo com o tratamento, com isso percebemos que as fases um do outro são bem diferentes. O garoto possuindo ótimo senso de humor e uma incrível vontade de viver, diferentemente de Grace, mas essas diferenças começam a fortalecer os dois.

Dentre outras coisas, Waters percebe que Grace tem grande admiração pelo livro fictício “Aflição Imperial”, que conta a história de uma menina com câncer e que termina sem ter um final. Assim, Augustus consegue entrar em contato com o autor do livro, que mora em Amsterdã, e consegue que ele receba a visita dos dois para um bate papo sobre os porquês do livro não ter fim. Tudo vai bem até descobrirem que o autor é um tremendo babaca, contrariando todas as expectativas de Grace, que gostaria de saber se seu fim será como o da personagem do livro.


Toda a história vai surpreendentemente bem até o terceiro ato, apesar da reviravolta ser interessante, os clichês e dramatizações para levar o espectador ao choro são os mesmos de outros filmes do gênero, tornando-o previsível.

Mas não podemos analisar um filme somente pelo seu final, pois temos um roteiro bem estruturado, atuações convincentes, e uma história que nos faz repensar nossas vidas.

Doenças é uma das poucas coisas que nos tornam iguais na sociedade atual. Não importa se você é rico ou pobre, sua cor, sua nacionalidade, elas estão aí para todos. Nesse momento temos que valorizar a vida, pois todos nós temos problemas, e o meu problema não é maior e nem menor que o seu, o importante é ter saúde e ser feliz com o que conquistamos todos os dias. Para mim esse é a principal mensagem do filme e por isso vale a pena assisti-lo.

quinta-feira, 25 de junho de 2015

Garota Exemplar (Gone Girl) - 2014

07/01/2015
Nota: 7.0 / 8.3 (IMDB)
Formato: HD

Direção: David Fincher
Roteiro: Gillian Flynn
Elenco: Ben Affleck (Nick Dunne), Rosamund Pike (Amy Elliot-Dunne), Neil Patrick Harris (Desi Collings), Carrie Coon (Margo Dunne), Tyler Perry (Tanner Bolt), Kim Dickens (Detetive Rhonda Boney), Patrick Fugit (Oficial Jim Glipin), Lisa Banes (Marybeth Elliott), David Clennon (Rand Elliot), Casey Wilson (Noelle Hawthorne), Missi Pyle (Ellen Abbott), Sela Ward (Sharon Schieber), Emily Ratajkowski (Andie), Lola Kirke (Greta), Boyd Holbrook (Jeff), Scoot McNairy (Tommy O'Hara), Leonard Kelly-Young (Bill Dunne), Cyd Strittmatter (Maureen Dunne)




Crítica:
Garota Exemplar critica o poder da mídia e consequentemente da sociedade sobre acontecimentos de comoção nacional e internacional. Nesse caso, a incriminação com inverdades ou fatos deturpados, fazendo julgamentos antecipados de forma que a tire qualquer tentativa de imparcialidade da justiça.

A história começa com o desaparecimento de Amy Dunne, uma esposa conhecida como pessoa exemplar em todos os sentidos. No aniversário de casamento Nick Dunne não prepara nenhum tipo de comemoração, e ao chegar em casa descobre que sua esposa sumiu, e faz a denúncia ao departamento de polícia. Logo nos primeiros indícios da investigação, Dunne passa a ser o principal suspeito, e seu problema aumenta ainda mais quando as informações chegam à impressa.


O que mais contribui para que Dunne seja suspeito é a sua reação aos fatos, ele em nenhum momento mostra tristeza com a perda da esposa, além disso, sua vida conjugal estava longe de ser uma perfeição, prato cheio para imprensa. Aos poucos percebemos que Nick esconde vários segredos, que contribuem para sua acusação. Tudo se confirma quando o diário de Amy é encontrado. Verdade ou mentira? Não importa, a imprensa e a sociedade sabem que ele é o culpado. Para piorar, apesar de negar os fatos, Dunne não nos convence, e às vezes deixa transparecer que não gostaria de ver sua esposa nunca mais, mesmo correndo o risco de ser preso.

Todo o roteiro é muito bem estruturado e nos faz acreditar de desacreditar em Dunne a cada fato exibido, em momento algum conseguimos ter a certeza do que está acontecendo até que seja revelado. E mesmo após ser revelado, ficamos ainda tensos com o desenrolar para o fim da história.


As atuações são excelentes, nos ajuda a desconfiar da ação de um de outro em cada momento. Rosamund Pike fez um de seus melhores trabalhos, conseguimos perceber claramente todas as mudanças de personalidade que sua personagem passa. Mesmo com aquela cara de cera, Ben Affleck fez um bom trabalho, o seu descaso com os fatos fica exposto na sua interpretação.

Não acho o melhor filme do gênero, mas o conjunto bem eficaz de roteiro, direção e atuação, o fizeram ficar acima da média. Vale a pena assistir.

Transcendence: A Revolução (Transcendence) - 2014

07/01/2015
Nota: 5.0 / 6.3 (IMDB)
Formato: HD

Direção: Wally Pfister
Roteiro: Jack Paglen
Elenco: Johnny Depp (Dr. Will Caster), Morgan Freeman (Joseph Tagger), Rebecca Hall (Evelyn Caster), Kate Mara (Bree), Cillian Murphy (Donald Buchanan), Cole Hauser (Coronel Stevens), Paul Bettany (Max Waters), Clifton Collins, Jr. (Martin), Cory Hardrict (Joel Edmund)

Críticas:
Transcendence - A Revolução é a prova que nem sempre uma boa ideia, com bons atores e uma boa equipe por traz, fazem um excelente filme. A ideia é fazer upload da consciência de um cientista para um supercomputador, se isso fosse possível, quais os benefícios poderíamos ter? Para o papel principal, do cientista, temos Johnny Depp, e a produção ficou a cargo de Christopher Nolan. O diretor é novato, mas é nada menos que Wally Pfister, fotógrafo dos últimos longas-metragens dirigidos por Nolan.

Tem como dar errado? Tem sim!

O filme conta a história de Will Caster, um neurocientista especialista em inteligência artificial. Seu projeto é transferir a consciência de um ser humano para um computador. Tudo vai bem até sofrer um atentado, e para salvar-se, resolve ser cobaia do próprio projeto. Seu corpo é assassinado, mas sua mente está salva. Sua esposa Evelyn, que também é neurocientista e faz parte de sua equipe, passa a se comunicar com o computador e consciência de seu marido, acreditando fielmente que tudo está normal. 


A consciência de Will tem acesso à internet e todos os dados e informações da humanidade, com isso começa um plano para uma sociedade perfeita, assim resolve construir um laboratório gigantesco, numa cidade pouco populosa. Max, um amigo e colega de projeto não acredita fielmente na I.A., e tenta alertar Evelyn de que aquela consciência não é mais Will e sim apenas um computador com todas as informações de sua consciência e da internet. Mas Evelyn prefere não acreditar nisso e continua seguindo os planos de "Will". A partir desse momento o roteiro se perde, e se transforma num O Homem Sem Sombra (Hollow Man) - 2000. O grande cientista vira o vilão, matando todos que vão contra sua ideia. 

As atuações são padrões, até porque a maioria dos atores não tem como demostrarem suas habilidades. Depp passa boa parte da projeção apenas como a voz do computador. Freeman aparece em poucas cenas. Somente Rebecca Hall tem uma participação mais efetiva, mas seu personagem não te exige quase nada. Cillian Murphy e Paul Bettany também não acrescentam muita coisa.


Ainda assim há críticas relevantes no roteiro, como o uso da tecnologia para comunicação com mensagens de texto e a dependência que estamos criando das facilidades tecnológicas.

Uma ficção científica que tinha uma premissa excelente, mas o desenvolvimento do roteiro foi para o caminho errado e praticamente não aproveitando seus atores. Há outros filmes do gênero bem melhor como: A Origem (Inception) - 2010 e Minority Report - A Nova Lei (Minority Report) - 2002.

Transformers: A Era da Extinção (Age of Extinction) - 2014

06/01/2015
Nota: 6.0 / 5.9 (IMDB)
Formato: HD 3D

Direção: Michael Bay
Elenco: Mark Wahlberg (Cade Yeager), Stanley Tucci (Joshua Joyce), Kelsey Grammer (Harold Attinger), Nicola Peltz (Tessa Yeager), Jack Reynor (Shane Dyson), Titus Welliver (James Savoy), Sophia Myles (Darcy Tirrel), Li Bingbing (Su Yueming), T.J. Miller (Lucas Flannery), Thomas Lennon (Chefe de Gabinete), Charles Parnell (Diretor da CIA), Peter Cullen (Optimus Prime - voz), Ken Watanabe (Drift - voz), Robert Foxworth (Ratchet - voz), Mark Ryan (Lockdown - voz)

Crítica:
Como podem fazer quatro filmes de uma mesma franquia, sendo que todos eles são criticados negativamente por todos? É simples, por mais que não gostem, todos assistem. E porque assistir um filme que você sabe que não gosta? Simples também, porque na verdade nós gostamos. E se fizerem dez, vinte filmes, vamos assistir todos. A franquia Transformers é o mais puro entretenimento cinematográfico. Quando vamos ao cinema, queremos diversão, principalmente, e essa franquia nos dá isso de forma satisfatória. Não precisamos de uma história boa, nem grandes atuações. Queremos ver o “pau quebrando”, aqueles robôs transformando e lutando entre si.

Transformers: A Era da Extinção é o quarto filme da franquia, e nada acrescenta, mudam-se os atores, mas a essência continua sendo a ação sem explicação. A história começa 5 anos depois do terceiro filme: Transformers: O Lado Oculto da Lua (Transformers: Dark of The Moon) - 2011. Um inventor de robótica fracassado acaba por achar uma “Scania” velha dentro do um cinema abandonado. A “Scania” é nada mais que Optmus Prime. O que ele estava fazendo lá? Não importa, importante é que acharam ele e a ação vai começar.


A partir disso veremos um filme de ação, cheio de clichês e vários furos no roteiro. Mais uma vez os Autobots vencem a batalha, os humanos ficam contra eles e tudo ficar aberto para um próximo filme.

Chega ser engraçado o introdução dos Dinobots na história, explicações ridículas, ou melhor, sem explicações.

Quem for assistir, tenha tudo isso em mente que irá gostar do filme, mas de qualquer forma temos alguns outros bons filmes do mesmo estilo que nos proporciona uma história melhor, como: Círculo de Fogo (Pacific Rim) - 2013 e Gigantes de Aço (Real Steel) - 2011.

domingo, 31 de maio de 2015

No Limite do Amanhã (Edge of Tomorrow) - 2014

06/01/2015
Nota: 8.5 / 8.0 (IMDB)
Formato: HD

Direção: Doug Liman
Elenco: Tom Cruise (Major William Cage), Emily Blunt (Sergeant Rita Vrataski), Bill Paxton (Master Sergeant Farell), Brendan Gleeson (General Brigham), Kick Gurry (Griff), Dragomir Mrsic (Kuntz), Charlotte Riley (Nance), Jonas Armstrong (Skinner), Franz Drameh (Ford), Masayoshi Haneda (Takeda), Tony Way (Kimmel), Noah Taylor (Dr. Carter)

Crítica:
No Limite do Amanhã (Edge of Tomorrow) - 2014 é uma adaptação baseada em “All You Need Is Kill”, obra literária de Hiroshi Sakurazaka. Logicamente a história foi adaptada para os padrões hollywoodianos. Dentro da história há um tema muito que intriga muitas pessoas: viagem no tempo, ou algo semelhante. Todos os filmes com esse tema acabam por chamar mais atenção.

Em um cenário futurista, o planeta Terra é invadido por alienígenas, nomeados de mímicos. A guerra entre as duas espécies já dura anos, a próxima batalha vem sendo trabalhada para ser uma das maiores, algo semelhante ao dia D, e às primeiras cenas da invasão da Normandia em O Resgate do Soldado Ryan (Saving Private Ryan) - 1998.

Major William Cage trabalha como secretário de imprensa para o exército estadunidense. Nessa guerra contra alienígenas, ele é responsável pelo marketing do exército norte-americano, participando de entrevistas com intuito de passar uma imagem vitoriosa dos militares. Mas quando é escalado para cobrir o "dia D", resolve enfrentar o general britânico responsável pela operação, pois sabia que seria um massacre. Como represália é enviado à força para a batalha, mas não para cobrir a ação, e sim, para combater os mímicos. Sem treinamento e coragem, ele se vê em meio a um massacre, quando quase que sem querer consegue matar um dos aliens, que o cobre com uma gosma azul. Mas no momento seguinte é morto por outro mímico.


Sem muitas explicações, acorda no início do mesmo dia, horas antes de embarcar para a invasão. Sem entender muito, vê tudo acontecendo novamente, até sua segunda morte. Quando acorda na mesma situação, descobre que agora possui o estranho "poder" que lhe permite retornar ao início do dia que irá embarcar para a batalha toda vez que morre.

Sem muitas opções, Cage procura formas de entender o que está acontecendo, e percebe que se ele não vencer aquela batalha continuará voltando. No seu dia a dia do mesmo dia, acaba chegando em Rita, um soldado de destaque da batalha anterior. Rita se destacou por ter o mesmo "dom" de Cage, e logo descobre que seu poder veio de um mímico especial, o Alpha. Assim, os dois se juntam para conseguir chagar ao mímico "Mãe", o Ômega, que destruído colocará fim à guerra.

Rita começa treinando Cage, que vai se tornando mais habilidoso e sua confiança aumenta a cada morte, à medida que também chega mais perto de descobrir como derrotar os mímicos de vez. Aos poucos as regras da viagem no tempo são evidenciadas, como a forma de perder o poder fazendo uma transfusão de sangue. Algumas das regras são bem semelhantes ao bom e engraçado Feitiço do Tempo (Groundhog Day) - 1993.


A aventura se desenrola até Cage chegar ao Ômega, e é a cena final que nos deixa um pouco intrigados. Alguns acham que é uma falha do roteiro, outros buscam explicações que estão além do filme. Mas há uma explicação razoável com a próprias regras apresentadas durante a história.

[SPOILERS] Ao matar o Ômega, Cage absorve não o poder dele, que é superior ao do alpha. O poder do Ômega é reiniciar os Alfas, assim Cage reiniciava o dia sempre que morria, pois agora tinha o poder igual aos dos Alfas. No final ele consegue o poder do Ômega, é o sangue do Ômega que cobre Cage, o Alfa estava "congelado". Com o poder do Ômega ele não está mais preso no loop, agora ele controla o poder temporal, podendo voltar no dia em que quiser e reinicia-lo sem morrer, Cage comando o poder dos Alfas. 

Outra explicação é que o Ômega é o mesmo no passado e no futuro. Sendo o mesmo Ômega, matando o Ômega do futuro, o Ômega do passado não poderia existir, portanto, os aliens não tem mais como saber o que os humanos vão fazer, e vencem a guerra. [SPOILERS]


Tom Cruise ainda é um dos atores mais completos do cinema, apesar de nos últimos anos aparecer mais pelas suas excentricidades, nesse filme mostra que ainda está em forma. A atuação de Emily Blunt como Rita, par romântico de Cage, traz uma boa personagem para o espectador se apagar, sua participação é tão boa que consegue dividir a história com o ator principal, em alguns momentos se torando a atriz principal deixando Cruise em segundo plano.

Toda computação gráfica utilizada nos efeitos especiais estão perfeitas, mas não tem como não fazer comparações entre os mímicos e as sentinelas da Trilogia Matrix, o que não atrapalha em nada.
Gostei demais dessa ficção, que não tem nada de original, mas é divertida e o final nos deixa pensando em explicações convincentes para a situação apresentada, e essa é a melhor parte para mim.