sexta-feira, 16 de novembro de 2012

007 - Operação Skyfall (Skyfall) - 2012


10/11/2012 - 72
Nota: 7.5 / 8.1 (IMDB)
Formato: Cinema

Direção: Sam Mendes
Roteiro: Neal Purvis, Robert Wade, John Logan
Elenco: Daniel Craig, Judi Dench, Javier Bardem, Ralph Fiennes, Naomie Harris, Ben Whishaw, Bérénice Marlohe, Albert Finney

Crítica:
007 é o exemplo de franquia de filmes mais bem sucedida do cinema, são 23 filmes com atores principais e diretos diferentes em vários dos filmes. Eles seguem basicamente a mesma linha: espionagem e ação, uns mais, outros menos, e ainda assim conseguem sempre uma grande bilheteria.

Pra mim, existe dois principais fatores que fazem a franquia ir tão bem: o primeiro é não vincular o personagem a um ator, a agente 007 é treinado para assumir essa posição, assim em qualquer momento pode surgir um novo 007; a segunda é não interligar as histórias, aconteceu com Quantum of Solace (2008), mas logo viram que não iria dar certo.

Esse é um exemplo que tem que ser seguido, e repito, pois comentei isso em outras críticas, os filmes de super-heróis devem começar a seguir esse modelo, assim será mais fácil do público acreditar nos heróis e nas histórias quando mudar o ator principal. E por favor, parem de contar a origem dos heróis!

O roteiro do novo 007 manteve o mesmo gênero dos outros filmes, mas dessa vez, ele está mais humano, há menos cenas de ação e mais espionagem, e agora com algumas pontas de drama. [SPOILERS] Há um drama familiar sobre o passado do agente secreto, tanto que as últimas cenas são em sua casa natal.

[SPOILERS] Resumindo a história, tudo começa como sempre, uma cena de ação das mais exageradas, onde 007 persegue um espião que roubou informações sobre os agentes secretos da OTAN infiltrados em organizações terroristas. Na perseguição, 007 é atingido, acidentalmente, por uma colega e é dado com morto. O computador de M é hackeado e seu escritório explode, isso faz 007 voltar de suas férias como morto. Bond volta a perseguir o espião, mata-o e consegue chegar ao seu líder, Raoul Silva, através da Bond girl. James o captura, mas tudo está nos planos de Raoul, sua intenção é aproximar de M para matá-la por vingança. Raoul seria um ex-007 que foi abandono por M em uma missão, torturado e forçado a tentar suicídio. Após salvar M de ser morta, Bond a leva para sua casa natal, Skyfall, para usá-la com isca, atrair Raoul e surpreendê-lo. Após várias trocas de tiro e explosões, 007 consegue matar Raoul com uma faca, mas M morre com os ferimentos provocados por um tiro de Raoul, assim surge um novo M e 007 está pronto para mais uma missão.

A mudança no ritmo da história ficou boa, houve interação entre ação e o drama, não ficou mais aquela sensação de ser um filme só de ação e visual, agora os personagens estão mais bem trabalhados, conseguimos entender os problemas psicológicos de Bond. Inclusive o vilão, interpretado por Javier Baden, foi muito bem trabalhado com sentimentos de vingança e ódio expressados em cada close no seu rosto. Fique surpreendido pela coragem do diretor Sam Mendes e seus roteiristas, pois incluir um vilão gay na trama foi ousado. Baden fez uma interpretação impecável, um gay que mete medo em qualquer machão. A cena em que Raoul alisa Bond é sensacional, ao mesmo tempo engraçado e tenso. Daniel Craig mais uma vez está impecável como Bond, não vi os filmes mais antigos, mas dos que assisti, Craig faz, disparado, as melhores atuações. Ele incorporou todo o estilo que o personagem precisa.

Nesse filme o roteiro começou a definir algumas mudanças que poderemos ver nos próximos. M morreu e seu posto foi ocupado por outro agente, interpretado por Ralph Fiennes, Judi Dench ficou velha para o papel. Em alguns pontos a história deixa entender que Bond também está ficando velho, e realmente Daniel não tem mais cara de mocinho, apesar de se apresentar bastante forte, mas acho que provavelmente num próximo filme ele passe a vez.

Dos três 007 de Daniel Craig, esse ficou em segundo lugar, ainda não superou Cassino Royale (2006), mas foi melhor que Quantum of Solace (2008). Considero que todos os filmes, do agente mais famoso do mundo, devem ser assistidos, de preferência no cinema. É sempre, no mínimo, um bom filme. E Skyfall está dentro dos muito bons.