segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Os Suspeitos (Prisoners) - 2013

04/02/2015
Nota: 7.5 / 8.1 (IMDB)
Formato: HD

Direção: Denis Villeneuve
Roteiro: Aaron Guzikowski
Elenco: Hugh Jackman (Keller Dover), Jake Gyllenhaal (Detetive Loki), Viola Davis (Nancy Birch), Maria Bello (Grace Dover), Terrence Howard (Franklin Birch), Melissa Leo (Holly Jones), Paul Dano (Alex Jones), Dylan Minnette (Ralph Dover), Zoe Borde (Eliza Birch), Erin Gerasimovich (Anna Dover), Kyla Drew Simmons (Joy Birch), Wayne Duvall (Capitão Richard O'Malley), Len Cariou (Padre Patrick Dunn), David Dastmalchian (Bob Taylor), Jeff Pope (Elliot Milland)

Crítica:
Thriller investigativo é muito abordado em filmes, temos alguns bons exemplos como: O Silêncio dos Inocentes (The Silence Of The Lambs) -1991, Se7en - Os Sete Crimes Capitais (Seven) - 1995 e Zodíaco (Zodiac) - 2007. Os Suspeitos (Prisoners) - 2013 segue exatamente esse estilo, e não deixa nada a desejar para os citados.

Na trama acompanhamos Keller Dove, pai de uma família comum dos EUA, que tem boa amizade com a vizinhança, principalmente com a família de Franklin Birch. Em um dos encontros festivos das duas famílias, uma tragédia acontece, as filhas de seis anos das duas famílias desaparecem misteriosamente. Dove e Birch tentam encontra-las de qualquer maneira, enquanto a polícia está a caminho. O jovem detetive Loki é encarregado de investigar o desaparecimento, sem nenhuma pista, ele precisará buscar alguma dica que leva ao sequestrador e enfrentar o desespero e ansiedades de Dove.


Sabendo que a vida de sua filha está em perigo, Dover decide fazer sua própria investigação, no entanto suas emoções influenciarão na busca por suspeitos. O primeiro suspeito preso, Alex Jones, é pego dirigindo um trailer em frente à casa onde aconteceu o sequestro. Mas por falta de provas é solto. 

O desaparecimento vai tomando rumos perturbadores, principalmente pela investigação pessoal de Dove, enlouquecido na ânsia por trazer sua filha de volta ao lar, mesmo sendo um homem religioso, e seguidor da palavra de Deus, ele sequestra Jones, para arrancar uma confissão, e para isso usa a tortura com método. Além disso, vai à casa onde Jones mora com sua tia, Holly Jones, para interrogá-la, mas ainda assim, apesar de ser o principal suspeito, Dove não tem provas reais de Jones é o sequestrador, nessa altura, possível assassino.


Nessas cenas é que o roteiro nos coloca em conflito com a trama, Dove fica cada vez mais transtornado, e ao mesmo tempo "cego" para realizar uma investigação com parcialidade. A pergunta que nos vem à cabeça é: Até onde vamos para salvar nossos filhos? Esse dilema é bem exposto quando Dove mostra a Birch o que estava fazendo e pede ajuda para continuar. Dove sem nenhum receio e Birch procurando respeitar o senso comum e a moral.

Enquanto isso o detetive Loki se divide entre coletar provas concretas e vigiar Dove, para que não cometa nenhuma loucura.

São quase duas horas e meia bem intensas, o desenvolvimento dos personagens é bem valorizado, com Jackman e Gyllenhaal realizando um excelente trabalho. As mães das desaparecidas tem papeis secundários, tanto Viola Davis quanto Melissa Leo são pouco exigidas, mas quando aparecem não desapontam.


O roteiro respeita nossa inteligência, nenhuma pista é jogada para nos enganar, são concretas e vamos descobrindo o mistério juntamente com os personagens.

Mas é a frase final da esposa de Dover, Grace, que resume bem qual era a mensagem do filme: "Meu marido fez tudo o que era necessário. Graças a Deus. Ele é um homem bom”. Nesse momento Loki não emite um som se quer. O silêncio dele nos faz refletir, sobre as interpretações que os homens fazem em nome de Deus, muitas vezes transformando a mentira em verdade, para construírem a sua própria opinião do que é certo e do que é errado. E pior, alguns ainda tentam nos convencer de sua verdade mentirosa.

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