quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

O Hobbit: Uma Jornada Inesperada (The Hobbit: An Unexpected Journey) - 2012


19/12/2012
Nota: 8.5 / 8.6 (IMDB)
Formato: Cinema 3D

Direção: Peter Jackson
Elenco: Martin Freeman, Ian McKellen, Richard Armitage, Graham McTavish, Ken Stott, Andy Serkis, Christopher Lee, Benedict Cumberbatch, Hugo Weaving, James Nesbitt, Orlando Bloom, Evangeline Lilly, Ian Holm, Elijah Wood, Cate Blanchett

Crítica:
O Hobbit – Uma Jornada Inesperada é o filme baseado no livro: O Hobbit de J.R.R. Tolkien. Livro em que a história antecede aos Senhor dos Anéis, e explica um pouco sobre como Bilbo Bolseiro se tornou um Hobbit aventureiro e como conseguiu o Um Anel.

[SPOILER] A história se inicia com o mago Gandalf convidando Bilbo para participar de uma aventura, para recuperar a montanha que os anões moravam, tomada pelo dragão Smaug. Em princípio Bilbo recusa, mas Gandalf marca um jantar na casa de Bilbo, sem que ele saiba, chama todos os 13 anões. A jantar torna-se uma festa, Bilbo fica desesperado, toda a sua dispensa foi esvaziada, mas no final ele resolve participar da aventura.

Durante a jornada enfrentam orcs, lobos, trolls. Em um desses confrontos, fogem para uma caverna, onde aparentemente não havia habitantes, mas logo descobre-se que estão dentro do reino dos Goblins e acabam sendo capturados. Mas com ajuda de Gandalf conseguem escapar e em meia à batalha, Bilbo se perde dentro da caverna. Procurando a saída, encontra uma criatura chamada Smeagol, também conhecido como Gollum, e de forma inesperada encontra o Um Anel (o mesmo que utilizado por Frodo). Mas Smeagol não quer deixá-lo sair, deseja comê-lo, e para conseguir fugir, Bilbo propõe um jogo de adivinhações, em que se ele vencesse, Gollum teria que levá-lo até a saída, e se perdesse, ele poderia devorá-lo. Assim, várias adivinhações foram feitas e Bilbo estava ficando sem inspiração, quando numa jogada trapaceira, pergunta a Gollum o que tem em seu bolso, ele erra todas as respostas, mas após alguns instantes lembra-se do anel perdido e descobre o que Bilbo tinha nos bolsos. Logo, passa a persegui-lo, quando inesperadamente Bilbo cai e o anel entra em seu dedo, imediatamente fica invisível, e com isso, consegue escapar de Smeagol.

Já em campo aberto, Bilbo encontra os anões e Gandalf, mas  logo o grupo se vê perseguido novamente por Orcs, são encurralados na beira de um penhasco, e para fugir sobem nas árvores, mas os lobos as derrubam, ficando apenas na última árvore. Thorin, numa atitude impensada, parte para o confronto contra o líder dos orcs, perde a luta e quando o líder está para matá-lo, Bilbo aparece com a espada Ferroada, e o salva. Todos os anões partem para luta, a derrota é iminente, mas após o chamado de Gandalf, as águias gigantes aparecem para salvá-los. Todos são resgatados e levados para cima de uma colina. O filme termina com todos avistando a montanha dos anões.

Não li o livro, por isso meus comentários sobre a fidelidade da história podem não ser tão relevantes, mas ainda assim vou comentar, pois li o quadrinho, que possuí a maior parte do enredo e poderia até servir de storyboards para Peter Jackson. Tudo que está no quadrinho está no filme, que ainda conta com algumas cenas adicionais, e o máximo que Jackson fez, foi modificá-las um pouco, para dar mais ação e realidade. E isso ajudou bastante, pois a história é um pouco lenta, se igualando ao primeiro dos Senhor dos Anéis.

Vamos aos pontos negativos. Para iniciarmos temos um erro crasso, pensem comigo. O Senhor dos Anéis são divididos em três livros, e foram feitos três filmes, teoricamente um pra cada livro (Peter Jackson misturou as histórias do segundo e terceiro livros). Então por que o Hobbit foi dividido em três filmes? No Senhor dos Anéis temos vários cortes na história para dar mais dinâmica aos filmes e também para encurtá-los, cortes que foram muito bem feitos e com poucas reclamações dos fãs. E foi esse um dos principais erros do primeiro Hobbit e provavelmente da trilogia. [SPOILERS] Muitos fãs reclamaram da falta de Tom Bombadil nos filmes do Senhor dos Anéis, cortado por Jackson, pelo personagem não ter grande relevância para a conclusão da história. Mas no Hobbit foi ao contrário Jackson, para alongar a história, adicionou a mago Radagast, o Castanho, que é bem engraçado e as cenas em que ele aparece são divertidas, mas poderiam ser cortadas sem perda nenhuma para o desfecho da história.

O roteiro ficou sem ritmo, às vezes uma cena demorava demais e tornava o filme muito lento, como o início, [SPOILERS] quando Gandalf convida os anões para um jantar na casa de Bilbo, a fim de convencê-lo a participar da jornada. Isso leva quase uma hora de projeção. Em outras, a cena de ação acontece sem maiores explicações, somente para encher a história, como na luta dos gigantes de pedra. De onde eles vem? Quem são eles? Essa foi a principal falha técnica que percebi.

Outro pondo fraco é o anão Thorin, chefe dos anões na jornada. O ator Richard Armitage demorou a me convencer de que era um superguerreiro, e líder de uma classe. Sua voz me pareceu forçada e suas falas extremamente teatrais. A partir da terceira metade do filme me acostumei, e passei a acreditar na força do chefe dos anões, mas na última cena, entre ele e Bilbo, tudo soa muito forçado novamente.

Agora vamos aos pontos positivos, e posso começar dizendo que os pontos fracos não fazem o filme ser ruim, pois é uma das melhores aventuras cinematográfica que assisti nos últimos anos. Cheguei a achar que talvez fosse melhor que os Senhor dos Anéis, mas antes de tirar essa conclusão, preciso assistir novamente a trilogia e mais uma vez a esse.

Peter Jackson continua o senhor dos efeitos especiais. O filme, em todos os seus momentos, é simplesmente perfeito visualmente, Valfenda; as batalhas dentro das cavernas; os Goblins e principalmente o líder deles; as águias gigantes e Gollum, ficaram sensacionais. As atuações foram boas, principalmente Ian McKellen (Gandalf), todas as vezes que aparece, destoa de todos os outros. E  Martin Freeman (Bilbo Bolseiro) que tem o papel principal, por isso deixou boa impressão, pois se fosse ruim, o filme seria ruim. Mas os anões não ficaram bons, a começar pelo já citado, Richard Armitage (Thorin). Os outros parece que foi por maior culpa do roteiro, não há destaque para eles, simplesmente estão lá para fazer número, assim a atuação não pode ser boa.

De tudo, o que ficou de mais positivo, foi que Jackson colocou praticamente toda a história no filme, com bastantes detalhes. A aventura nos deixa a todo o momento ligado, tanto nas batalhas, quanto nas longas cenas sem ação.

Com certeza vai ser mais uma trilogia, forçada ou não, para ficar na história do cinema, e vamos ver e rever todos os três filmes, pra sempre.

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