terça-feira, 10 de dezembro de 2013

A Viagem de Chihiro (Sen to Chihiro no Kamikakushi) - 2001


24/11/2013
Nota: 7.5 / 8.6 (IMDB)
Formato: HD

Direção: Hayao Miyazaki
Roteiro: Hayao Miyazaki
Elenco: Rumi Hiragi, Miyu Irino, Mari Natsuki

Crítica:
Toda criança tem uma imaginação fértil, nos sonhos, mais ainda. Nesse sentido, podemos trazer um pouco A Viagem de Chihiro para nossa realidade, pois é uma aventura bem próxima dos nossos sonhos, com criaturas completamente diferentes e mais malucas que podemos imaginar. Mas tudo é uma máscara para críticas.

[SPOILERS...] O filme inicia mostrando a família de Chihiro, uma menina de 10 anos, viajando de carro para a nova cidade onde vão morar. Seus pais estão bastante empolgados, mas ela ainda está resistente, por deixar seus amigos para trás. Chegando próximo à nova casa, seu pai se perde e acaba entrando num caminho errado. Passando por um caminho dentro de uma floresta, acabam se deparando com um túnel estranho. Seus pais ficam curiosos, largam o carro e se adentram ao túnel. Chihiro, com muito medo, tenta convencê-los de que era melhor voltar. Ao chegar do outro lado, se deparam com uma cidade abandonada. Já na cidade, encontram um estabelecimento com um banquete preparado, tudo fresquinho, recém preparado. O pai e mãe de Chihiro resolvem experimentar e começam a devorar a comida, mas Chihiro resolve explorar a cidade e acaba se encontrando com um garoto, Haku, que a orienta sair da cidade antes do anoitecer. Mas quando Chihiro volta para encontrar seus pais, leva um susto, eles foram transformados em porcos. Assim, inicia-se a aventura de Chihiro, que agora precisa sobreviver nessa cidade misteriosa e cheia de criaturas horríveis, além de achar uma maneira de salvar seus pais.


Seu primeiro objetivo agora é seguir a instruções de Haku, que a orienta seguir para as caldeiras, e arrumar uma forma de trabalhar, pois é o único jeito de um humano não ser morto. Chegando na caldeira depara-se com Kamaji, um forma humana com vários braços. Ele a aconselha procurar Yubaba, a bruxa dona do estabelecimento, que depois descobrimos se tratar de uma casa de banhos. Sua aparência é humana, mas é gigante, e com uma cabeça maior ainda. Depois de muita insistência, Yubaba concede a Chihiro um trabalho, deverá ser ajudante de Lin, na limpeza da banheira.

No dia a dia da casa de banhos Chihiro conhece o Sem Rosto, um fantasma negro, que usa uma máscara indígena como rosto. Para entrar na casa de banhos, Chihiro deixa a porta aberta, e ao se adentrar, Sem Rosto para a ser tratado com hospede, sendo idolatrado por todos os funcionários, pois sua gorjeta é em pepitas de ouro. Mas Sem Rosto não é tão gentil, pois sua personalidade se transforma de acordo com o comportamento das pessoas em sua volta, e a ganância dos funcionários, o faz se transformar numa criatura ruim e assustadora. Sem Rosto passa a comer alguns funcionários, e passa a modificar seu corpo. Como comeu um sapo, suas pernas passam a ser iguais a de sapo.


Em paralelo a isso, Chihiro descobre que Haku é na verdade um dragão, e que está extremamente ferido, pois foi enfeitiçado. A partir disso, Chihiro precisa salvá-lo, ao mesmo tempo em que Yubaba a obriga dar um jeito em Sem Rosto, pois passou a comer tudo que encontra pela frente.
Chihiro consegue fazer Sem Rosto comer um remédio de ervas, e só assim ele vomita tudo que comeu e volta a sua forma original. Agora Chihiro precisa chegar até a casa de Zeniba, irmã de Yubaba, feiticeira e vive num pântano distante da casa de banhos. Durante o trajeto, Haku melhora e vai ao encontro de Chihiro. Com os conselhos de Zeniba, os dois voltam e conseguem derrotar Yubaba. Chihiro salva seus pais, e todos retornam pelo túnel.

No fim, fica a dúvida, foi tudo um sonho/imaginação, ou tudo realmente aconteceu? Detalhes nas últimas cenas dão a resposta. [FIM SPOILERS]

Hayao Miyazaki é de uma imaginação incomum, esse é o seu primeiro filme que assisto, mas sei que seus outros filmes são tão criativos quanto esse. A história parece sem pé, nem cabeça, mas é linear e se analisar bem, é cheia de analogias, e mensagens subliminares.


No início os personagens nos mostram características que percebemos em todos os seres humanos: curiosidade, ao mostrar os pais de Chihiro querendo ver o que há além do túnel; medo, de Chihiro ao perceber o túnel escuro e o temor pelo que pode estar do outro lado; e certa ganância externada pela gula, quando os pais de Chihiro encontram a comida e sem qualquer dúvida começa a comer sem parar. Temos uma crítica à escravidão, pois todos os funcionários da casa de banhos são escravos; e ao totalitarismo com a bruxa Yubaba, dona do estabelecimento.

E pra mim, o principal, que no meio de tantas coisas ruins ainda há possibilidade de ser bom, de procurar fazer as coisas certas, ajudar o próximo. Mostra que devemos fazer nossa parte por um mundo melhor, que se cada um de nós fizer um pouco, poderemos mudar as pessoas, ou pelo menos mostrar que há outras possibilidades.

Filme genial.

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