quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Para Roma com Amor (To Rome with Love) - 2012

13/02/2013 - 9
Nota: 7.0 / 6.4 (IMDB)
Formato: HD

Direção: Woody Allen
Elenco: Woody Allen, Alec Baldwin, Jesse Eisenberg, Alison Pill, Robert Benigni, Judy Davis, Alessandra Mastronardi, Ellen Page, Greta Gerwig, Penélope Cruz, Flavio Parenti, Fabio Armiliato, Alessandro Tiberi, Riccardo Scamarcio, Antonio Albanese, Ornella Muti

Crítica:
Woody Allen vem escolhendo as locações de seus filmes em cidades turísticas e românticas, mostrando suas belezas como pano de fundo. Esse se passa em Roma, uma cidade maravilhosa, com ruas rústicas, grandes praças, muito movimento e turismo. Como sempre, a base de seus filmes é bastante diálogo, mas dessa vez, além de fazer comédia com as falas, fez também com as inúmeras coincidências absurdas, que são as partes mais engraçadas.

Allen conseguiu fazer um bom filme, e mostra mais uma vez, que não preciso tecnologia para fazê-los. Interessante ver que ele construiu quatro enredos sem ligações em um filme só, até usou um pouco de ficção em uma das histórias, mostrando como é muito versátil, pois os temas são bem diferentes, e isso não é simples. Está longe de ser seu melhor filme, outros são melhores como Vicky Cristina Barcelona - 2008 e Meia-Noite em Paris (Midnight in Paris) - 2011, mas esse é um ótimo filme, que vale a pena assistir.

[SPOILERS...] No filme acompanhamos quatro histórias distintas acontecendo na cidade, contadas simultaneamente e intercaladas. Primeiro conhecemos Hayley (Alison Pill), uma jovem turista que conhece o nativo advogado Michelangelo (Flavio Parenti), e começam um romance. Logos seus pais, Jerry e Phyllis (Woody Allen e Judy Davis), vêm à Roma para conhecer o novo namorado e sua família. No encontro entre as famílias, Jerry escuta Giancarlo (Fabio Armiliato), pai de Michelangelo, cantando ópera no chuveiro, e percebe seu potencial musical, convence-o de fazer um teste profissional, mas descobre que seu talento acontece apenas ao tomar banho. Entre vários diálogos engraçados, Giancarlo vira um grande tenor, mas sempre cantando no chuveiro.


Em outra história acompanhamos o arquiteto Jack (Alec Baldwin), que ao revisitar o bairro onde morou quando estudante, encontra John (Jesse Eisenberg), um rapaz que mora exatamente em sua ex-casa. John o convida para rever a casa e tomar um café, os dois e sua namorada Sally (Greta Gerwig). Entre os bate-papos, Sally conta que sua amiga Monica (Ellen Page) está chegando e passará alguns dias hospedada na casa eles. John não vê problemas, mas Jack o aconselha não recebê-la, pois as descrições ditas por Sally poderiam colocar em risco o namoro dos dois. Monica chega e logo John percebe que Jack estava certo e os dois acabam tendo um caso. Mas o interessante da história é que aos poucos vamos percebendo que Jack é John no futuro, e ele está apenas revisitando seu passado.


A terceira história conta a vida de Leopoldo (Robert Benigni), um homem tradicional, que não faz mais do que seguir sua rotina diária. Quando de repente ele se torna uma celebridade. Todos o idolatram, querem saber de sua vida, é convidado para festas, com se fosse uma pessoa famosa há anos. No início ele acha estranho, mas aos poucos vai gostando de ser o centro das atenções, até que começa a se aproveitar disso. Quando de repente, ele não é mais a celebridade, sua fama acaba, ninguém mais o reconhece, assim Leopoldo fica transtornado, exigindo e perguntando às pessoas e informando quem ele é. Mas a fama realmente acabou.


Na última história encontramos um jovem casal, recém-chegado à Roma. Eles serão recepcionados pelos tios tradicional do rapaz  (Alessandro Tiberi), assim, ao chegarem ao hotel, sua esposa (Alessandra Mastronardi) decide sair para ir ao salão. É quando começam as coincidências embaraçosas. O rapaz recebe no quarto do hotel uma prostituta Anna (Penelope Cruz), que o confundi com outro cliente, no mesmo momento seus tios chegam e ele é obrigado afirma que Anna é sua esposa. A procura do salão, a moça se vê perdida nas ruas de Roma, quando encontra um ator, que é fã, ele a seduz e a leva para seu hotel. Tudo indicava que os dois iriam parar na cama, mas é quando um assaltante entra no quarto, e com um fim bizarro, ela acaba por ir pra cama com o assaltante.

As atuações são bem caricatas, cada um dos atores principais das histórias assumiu um papel bem marcante. Alguns deles com destaque maior, e posso começar citando Penelope Cruz, como sempre linda, mas fazendo uma prostituta despojada ficou ainda mais sexy, por isso, não foi tão exigida, sua beleza natural faz a personagem. Atores como Jesse Eisenberg e Robert Benigni sempre marcam, por terem o mesmo jeito de atuar, Eisenberg com falas rápidas e Benigni com seu gesticular de mãos. Também dou um destaque para Allen, apesar de sua aparência não ser agradável, ele sempre tem um bom desempenho.

No papel de roterista, Woody Allen tocou em alguns temas interessantes e outros polêmicos. Um deles é a traição, o jovem casal, em situações diferentes acaba um traindo o outro, e isso faz com que o relacionamento fique melhor e apimentado. Outro tema é o experiente arquiteto revisitando seu passado, tentando mudá-lo e reconhecendo que alguns fatos todos têm que experimentar, para assim, saber se é ruim ou bom. Não adianta ninguém falar, temos que vivenciar. Durante a vida temos fatos divisores que nos faz dar certo ou errado, seja no trabalho, nos estudos ou com algum dom que nem sabemos que temos. E muitas vezes um “empurrãozinho” de alguém, pode ser essencial para que a coisa aconteça da forma certa. Acompanhamos isso na história de Jerry e Giancarlo. Se qualquer um de nos procurar nas nossas lembranças, vamos perceber que pessoas iguais Jerry passaram por nossas vidas, e muitas vezes nem as percebemos. Já a história de Leopoldo fez-me lembrar de que a maioria de nós procura exatamente a rotina e a estabilidade para sua vida, e para mim, esse é dos motivos que o nosso país não vai pra frente. Não somos um povo proativo. Sei que existem as exceções, mas brasileiro é acomodado. Também houve a exposição à fama, que pode ser parecido com poder. Basta uma pessoa ter fama ou poder para mostrar quem ela realmente é. [FIM SPOILERS]

Essas foram as mensagens que tirei do filme, mas é claro que essas percepções tem haver com minhas experiências. Assistam ao filme para terem as suas.

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