Nota: 7.0 / 7.1 (IMDB)
Formato: HD
Diretor: Paul Thomas Anderson
Roteiro: Paul Thomas Anderson
Elenco: Joaquin Phoenix (Freddie Quell), Philip Seymour Hoffman (Lancaster Dodd), Amy Adams (Peggy Dodd), Ambyr Childers (Elizabeth Dodd, filha de Lancaster), Jesse Plemons (Val Dodd, filho de Lancaster), Rami Malek (Clark, genro de Lancaster Dodd), Laura Dern (Helen Sullivan), Madisen Beaty (Doris Solstad), Lena Endre (Sra. Solstad), Kevin J. O'Connor (Bill William), Amy Ferguson (Martha a Vendedora), Joshua Close (Wayne Gregory), Patty McCormack (Mildred Drummond), Fiona Dourif (Dançarina), David Warshofsky (Policial da Filadélfia), Steven Wiig (Seguidor na Filadélfia), W. Earl Brown (Empresário)
Crítica:
O Mestre é um drama que busca criticar uma parte da sociedade que se refugia em religiões, seitas ou grupos em busca de explicações para os grandes mistérios da humanidade: de onde viemos, pra onde vamos; os porquês da nossa existência. Exatamente onde a ciência para e não consegue nos dar mais respostas, entram as igrejas se apegam e muitas vezes abusam da fragilidade da mente humana. Essa fragilidade, nesse caso, é criticada pela falta de assistência dada aos ex-combatentes de guerra, tanto nas duas grandes guerras, e ainda hoje, pois voltam extremamente debilitados psicologicamente, e muitas vezes tornam-se fardo e ficam à mercê da sociedade.
[SPOILERS...] O filme narra a história de Freddie Quellm, um veterano da II Guerra Mundial, alcoólatra, que está perdido numa sociedade pós-guerra, sem amparo algum. Passa por vários empregos, como fotógrafo ou fazendo serviços de colheita de repolho, mas seus problemas com o álcool sempre o atrapalham. Até que em dos momentos de embriagues, ele se vê abordo de um iate, onde conhece Lancaster Dodd. Dodd é o mestre de uma seita religiosa conhecida como "A Causa", que busca solucionar problemas físicos ou psicológicos das pessoas através de hipnose, fazendo-as revisitarem suas vidas passadas.
Agora Freddie é parte integrante da seita, e passa ter a confiança de Dodd, tornando-se uma cobaia para Dodd, que o faz passar por todo o processo de "cura". Além da hipnose, são feitas perguntas direcionadas sobre sua vida, de momentos psicologicamente estressantes para Freddie. Também são feitos exercícios rotineiros, semelhantes às torturas psicológicas. Mas Freddie, sem acreditar, e um pouco cético, não vê evolução, e seu comportamento não melhora em nada. Continua bebendo e extremamente nervoso nas situações de estresse. Isso faz com que os principais integrantes da família de Dodd comecem a duvidar da cura de Freddie, todos com receito do seu comportamento. Mas Dodd diz que se ele não está curado, a falha é deles, e é mais um motivo para continuarem tentando.
Agora Freddie é parte integrante da seita, e passa ter a confiança de Dodd, tornando-se uma cobaia para Dodd, que o faz passar por todo o processo de "cura". Além da hipnose, são feitas perguntas direcionadas sobre sua vida, de momentos psicologicamente estressantes para Freddie. Também são feitos exercícios rotineiros, semelhantes às torturas psicológicas. Mas Freddie, sem acreditar, e um pouco cético, não vê evolução, e seu comportamento não melhora em nada. Continua bebendo e extremamente nervoso nas situações de estresse. Isso faz com que os principais integrantes da família de Dodd comecem a duvidar da cura de Freddie, todos com receito do seu comportamento. Mas Dodd diz que se ele não está curado, a falha é deles, e é mais um motivo para continuarem tentando.
Freddie acaba se afastando para procurar uma antiga namorada, principal motivo de seus problemas psicológicos, mas Dodd o encontra novamente, chamando-o para voltar para A Causa, que agora se encontra na Inglaterra, à procura de novos fieis. Freddie resolve encontrá-los, mas logo no primeiro contato, é confrontado sobre suas razões para voltar, exigindo-lhe que deveria partir de si mesmo a vontade de ser tratado novamente, e acreditar fielmente no processo. A cena seguinte mostra Freddie transando, e brincando com sua parceira com os métodos utilizados em seu processo, não deixando de forma clara a sua escolha. [FIM SPOILERS]
O filme foi indicado ao Oscar de Melhor Ator por Phoenix, Melhor Ator Coadjuvante por Hoffman e de Melhor Atriz Coadjuvante por Adams. As três indicações foram merecidas, mas Joaquin Phoenix fez um trabalho de extremo realismo. Fisicamente muito magro, aparência acabado pelo álcool, sua interpretação de um cara psicologicamente perturbado, por sua experiência na guerra é de uma perfeição inacreditável. A época também foi muito bem retratada, tanto pelos figurinos, quanto pelas locações.
O roteiro que é um pouco difícil em certos momentos, ele não explicita ao espectador quanyo tempo se passou, ou como as decisões dos personagens afetam todos, apenas toma aquilo com verdade e segue a história. No fim percebemos que o foco do roteiro não é o personagem principal, pois não há uma final para ele, na verdade, os dramas das situções que se passam são o personagem principal.
Lendo algumas curiosidades sobre o filme, descobri que parte dos argumentos utilizados para A Causa foram baseados na Cientologia, criada por L. Ron Hubbard na década de 50, que juntava um conjunto de crenças e práticas para formar um sistema de auto-ajuda. Por curiosidade, é a religião que Tom Cruise segue. De qualquer maneira, a crítica vale para todas as igrejas, que se utilizam da fraqueza psicológica das pessoas para realizarem uma lavagem cerebral de forma que passem a acreditar naquilo com verdade absoluta, sem dar chances para questionamentos. Fazendo as pessoas acreditarem em coisas consideradas absurdas para o senso comum. Dessa forma, na maioria das vezes, aproveitam para exigir de seus fiéis, quase que obrigatoriamente, a contribuição de bastante dinheiro.
Toda igreja tem uma função social importantíssima, pois elas acabam por orientar as pessoas para o bem, mas para isso, cobram caro, e metem descaradamente. Muitas tiram dinheiro de quem não tem, deixa de comer para comprar seu pedacinho no céu.
A outra crítica é o despreparo de países como os EUA, que até hoje mandam seus jovens para guerras, mas quando voltam, não tem uma política satisfatória para sua reintegração à sociedade, e muitos acabam com doenças depressivas pelo resto da vida.
É claramente um filme crítico, gostaria de ver uma opinião de Tom Cruise sobre ele. Todos os evangélicos e religiosos deveriam assisti-lo.
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