Nota: 7.0 / 7.5 (IMDB)
Formato/Local: Sala de Aula
Direção: Hany Abu-Assad
Roteiro: Hany Abu-Assad, Bero Beyer, Pierre Hodgson
Elenco: Kais Nashef, Ali Suliman, Hiam Abbass
Crítica:
Paradise Now é um filme palestino que tenta nos mostrar um pouco dos conflitos existentes na região de Israel. A guerra santa entre judeus e palestinos acontece a centenas de anos, e ainda hoje, causa milhares de mortes.
De forma geral, a história mostra como os muçulmanos vêm enfrentando o poder econômico e militar judeu, utilizando o terrorismo como arma de guerra. O foco fica em dois personagens, os palestinos Khaled (Ali Suliman) e Said (Kais Nashif), que se veem envolvidos numa missão suicida como homens-bomba.
[SPOILERS...] O filme se inicia mostrando a simplicidade e amizade dos dois personagens, suas famílias e o dia a dia de uma vida comum. A história deixa claro que o conflito existe, mas que nem todas as pessoas estão envolvidas diretamente com ele. E muitas são contra a forma adotada para sua solução, fazendo terrorismo e assassinado civis que não fazem parte da guerra.
Apesar de serem candidatos a futuros homens-bomba, Khaled e Said são pegos de surpresa quando um dos líderes do terrorismo mulçumanos os convoca para uma missão. Fica bem claro que eles aceitam apenas por ser uma doutrina religiosa imposta pelos terroristas muçulmanos, baseados na interpretação fria do alcorão. Khaled mostra-se confiante na ajuda que sua morte trará para o povo palestino e principalmente para sua família, já Said não, pois seu pai foi um colaboracionista (traidor), e sua morte o fez duvidar dos verdadeiros fins da luta palestina, além de desconfiar das promessas religiosas feitas após a morte: com anjos e paraíso. A cena em que Said pergunta à Khaled se dois anjos irão buscá-lo, exemplifica isso.
A história segue com os preparativos para a missão, com os dois recomendados sobre o seu sigilo, pois passam uma última noite com os familiares, e as despedidas serão realizadas através de filmagens. As bombas são pregadas em seus corpos, tudo feito sob forte discurso religioso e político, reforçando a importância da missão, e os benefícios que ela trará. Após a instrução de como precederem durante a missão e no acionamento das bombas, eles saem, vestidos de terno e gravata. A partir desse momento o filme fica bem tenso, pois as bombas estão implantadas, a sensação é que tudo vai explodir a qualquer momento. Vale ressaltar que parte dessa tensão também é atribuída à falta de trilha sonora, não há música alguma para realçar o drama, isso traz bastante realismo ao filme.
Ao chegar ao ponto de encontro, percebem que algo está saindo errado, um carro e um helicóptero aparecem, a missão é abortada, mas na correria Khaled e Said se separam. O primeiro volta à base terrorista, o segundo se perde, e coloca-se a vagar pelas ruas.
Ao chegar ao ponto de encontro, percebem que algo está saindo errado, um carro e um helicóptero aparecem, a missão é abortada, mas na correria Khaled e Said se separam. O primeiro volta à base terrorista, o segundo se perde, e coloca-se a vagar pelas ruas.
O chefe terrorista acusa Said de traição, assim, Khaled precisa encontrá-lo para mostrar o contrário. Nesse momento o filme passa por um drama, com os dois repensando o idealismo da missão. Khaled, preocupado e focado em encontrar o amigo, começa a se mostrar contrário ao terrorismo. Said apesar do discurso revoltado e racional sobre a situação em que se encontram, concorda em re-executar a missão. Os dois saem novamente, mas Khaled se recusa a continuar, Said o prende no carro e vai para finalizar a missão. [FIM SPOILERS]
O filme trouxe uma realidade que os ocidentais não enxergam nos conflitos em Israel. A generalização é algo que fazemos sem razão alguma. O conflito existe, muitos são aderentes a ele, mas outros não são, existem pessoas que só querem viver, construir sua família respeitando a religiosidade de cada um. E essas pessoas não fazem parte do conflito, mas isso não é respeitado. Ao mesmo tempo, essas mesmas pessoas podem ser envolvidas pelo extremismo irracional político-religioso e se sentirem obrigadas a realizar atos humanamente incompreensíveis, de tirar a própria vida, levando junto outras vidas, de pessoas que ele não tem a mínima ideia de quem sejam.
Essa é uma guerra cega, onde as pessoas passaram a se matar sem uma explicação plausível, tudo em nome de seus Deuses. Mesmo não fazendo parte dessa cultura e não sabendo os reais motivos de cada um, não vejo nenhuma razão para esse genocídio. A situação chegou ao ponto de que os fins não mais justificam os meios.
Obs.: Os textos em itálico foram inseridos após debate e melhor entendimento sobre o filme em 26/03/2013.
Não gostei do filme, achei meio cansativo no caso a história do mesmo.
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