terça-feira, 12 de março de 2013

O Voo (Flight) - 2012

11/03/2013 - 14
Nota: 7.0 / 7.3 (IMDB)
Formato: HD

Direção: Robert Zemeckis
Roteiro: John Gatins
Elenco: Denzel Washington, Kelly Reilly, Bruce Greenwood, Nadine Velazquez, Don Cheadle, John Goodman, Brian Geraghty, Tamara Tunie, James Badge Dale

Crítica:
Robert Zemeckis está de volta ao live action, depois de três filmes com captura de movimentos: O Expresso Polar (Polar Express) - 2004, A Lenda de Beowulf (Beowulf) - 2007 e Os Fantasmas de Scrooge (A Christmas Carol) - 2009. Seu último filme com live action foi Náufrago (Cast Away) - 2000.

Neste, Zemeckis trabalha com temas morais, procurando mostrar até onde vai a honestidade humana e como convivemos com a pressão que sociedade exerce sobre nós. O que é certo e o que é errado são conceitos opostos, mas que andam lado a lado, trazendo sérias discussões.

[SPOILERS...] O Voo começa com uma cena mostrando os excessos da vida de William "Whip" Whitaker (Denzel Washington), um piloto veterano que logo percebemos seus problemas com álcool e drogas. A cena se desenrola com o piloto chegando para assumir um voo num dia com tempestade.


A decolagem é extremamente tensa, com Whip fazendo a aeronave subir a máxima altitude para ultrapassar as nuvens carregadas, com bastante turbulência e temor de seu copiloto, Brian Geraghty (Ken Evans), ele consegue, o sol aparece e tudo fica tranquilo.

Para relaxar Whip mistura duas garrafinhas de vodca em seu suco. A cena muda, e mostra o piloto dormindo, com Geraghty no comando do voo. Quando a aeronave apresenta uma pane, Whip acorda com solavancos, toma para si o manche e começa os procedimentos para manter a nave no ar. Tudo indica que não haverá como salvá-los, mas Whip numa manobra instintiva, orienta o copiloto e uma das aeromoças, a executarem tarefas para que ele consiga virar a nave de cabeça para baixo. A manobra é feita, e se sustenta até aproximar-se de um campo aberto. Assim, ele desfaz o giro e executa um pouso forçado. Dos 102 passageiros, 96 sobrevivem, vários com ferimentos leves, outros, mais graves.


Whip acorda no hospital, ao abrir um dos olhos vê que seu amigo Bruce Greenwood (Charlie Anderson) o espera, no dialogo ele o explica que está sendo visto como herói, mas o pessoal do sindicato e um advogado precisam lhe passar maiores explicações sobre as consequências de seus atos. Assim, Whip é informa que exames de sangue foram feitos em todos os tripulantes e que foi detectado álcool e cocaína no seu. Em princípio ele nega, mas o advogado o convence dizendo que preparou sua defesa de forma que tornará seus exames inválidos. [FIM SPOILERS

Nesse contexto a história continua, com Whip sofrendo com alcoolismo, sem admiti-lo, e com o dever moral de dizer a verdade, mesmo com todas as estratégias para inocentá-lo. Se for indiciado, um processo criminal poderá levá-o à prisão perpétua.

As atitudes de Whip são extremamente reais, Washington fez um grande trabalho, sua interpretação de bêbado e depressivo foi algo impressionante, expõe claramente o maior problema dos drogados e alcoólatras: admitir que é um dependente.


Esse tema é bastante atual, a situação de Whip no filme é um caso discutível, pois em certos aspectos ele está certo, em outros, errado. Percebemos isso claramente durante a história, ele salvou 96 pessoas ou matou 6 pessoas? Assim, trazemos a ficção para a vida real, o nosso dia a dia é feito de decisões morais, somos testados a todo o momento, seja para respeitar uma fila, ou até mesmo dar socorro ao atropelar um ciclista. E nesses casos não há dúvidas de qual é o caminho moral. Venho percebendo, que em todas as classes sociais, a moral e a honestidade são sempre deixadas de lado. Vejam nossos governantes, temos algum confiável?

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