Nota: 7.0 / 7.4 (IMDB)
Formato: HD
Direção: Woody Allen
Roteiro: Woody Allen
Elenco: Cate Blanchett (Jeanette "Jasmine" Francis), Alec Baldwin (Harold "Hal" Francis), Bobby Cannavale (Chili, o noivo de Ginger), Louis C.K. (Al, amante de Ginger), Andrew Dice Clay (Augie, ex-marido de Ginger), Sally Hawkins (Ginger, irmã de Jasmine), Peter Sarsgaard (Dwight Westlake, diplomata), Michael Stuhlbarg (Dr. Flicker6), Tammy Blanchard (Jane), Max Casella (Eddie), Alden Ehrenreich (Danny Francis, filho de Hal)
Crítica:
Engraçado em Woody Allen é o jeito que ele impõe em seus
filmes. Mesmo com histórias distintas, roteiros diversificados, sabemos que se
trata de um filme dele já nos primeiros minutos de projeção, tamanha são as
características de sua filmografia: mulheres; cenas cômicas e trágicas;
neuroses. Além da coloração sépia da fotografia.
Blue Jasmine procura mostrar as consequências, de forma
isolada, da quebra dos bancos em 2008 devido às especulações financeiras
relacionadas, principalmente, à área imobiliária. Mas esse é apenas o pano de
fundo, o que mais se destaca é mostrar como o capitalismo afeta o ser humano. O
dinheiro modifica a personalidade de pessoas despreparadas, perdem o senso
comum e se transformam em pessoas fúteis, ficam sem noção dos valores humanos,
se acham melhor do que os outros apenas por poder comprar bens materiais caros,
participar de festas e frequentar lugares para
ricos.
A história do filme faca em Jasmine, interpretada de forma
perfeita por Cate Blanchett. Jasmine é a típica madame, casada com um
investidor milionário, que passa a frequentar tudo de melhor na cidade,
compras, festas e viagens pelo mundo. Isso é mostrado aos poucos nos
flashbacks, pois o início introduz uma mulher psicologicamente abalada após
perder todo o seu patrimônio.
Sem dinheiro, vai à procura da irmã, que mora em San
Francisco, para tentar reerguer sua vida. Logo ao se encontrarem percebemos que
sua depressão a deixa completamente fora da realidade. Ao ser questionada pela
irmã, porque viajou na primeira classe sem ter dinheiro, ela simplesmente diz
que não conseguiu não comprar a passagem para primeira classe. Assim,
percebemos claramente que Jasmine está totalmente fora de si, ainda vivendo seu
sonho de princesa, e aparentemente, isso é normal para ela, não conseguindo ter
consciência o suficiente para saber que estava errada, para ela aquilo é o
correto.
Entre fleches do passado e o presente, vamos descobrindo
porque Jasmine perdeu tudo, como ela trata as pessoas e se comportava enquanto
rica. No presente todas as suas tentativas para ter uma vida normal são
falhas. Não consegue trabalhar, pois todos os serviços não estão no seu
patamar. Recrimina a irmã por ter relacionamentos com pessoas mais simples e
sem dinheiro.
Quando Jasmine conhece um empresário, e tudo parece voltar
ao normal, pois passa a frequentar novamente a alta sociedade e ter dinheiro
para sustentar sua luxúria, sua vida desmorona novamente.
Por fim, percebemos que Jasmine é um caso perdido, pois seus
valores e alienação a transformaram em uma pessoa inútil e tudo será um ciclo
vicioso até sua vida chegar ao fim.
O filme tem uma crítica importantíssima, pois existem várias
pessoas com essa característica ao nosso redor. Pessoas que podem ser
descartadas, que vem e não acrescentam em nada para humanidade, sua
contribuição é zero. Se esse tipo de pessoas não existissem, com certeza
estaríamos mais evoluídos em todos os sentidos.
Gosto de filmes que trazem a realidade humana, pois nos faz
refletir e tirar lições para nossas vidas. É a ficção nos mostrando a
realidade.